Topo

Janot defende estratégia de "seguir o dinheiro" ao combater corrupção

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot - Vagner Rosario/11.dez.2014
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot Imagem: Vagner Rosario/11.dez.2014

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

02/02/2015 11h11Atualizada em 02/02/2015 14h25

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu, em seu discurso na cerimônia que marcou a abertura do ano do Judiciário, o combate à corrupção e disse que a estratégia de “seguir o dinheiro” tem se mostrado eficaz. “A estratégia até agora adotada de seguir o dinheiro parece ter sido correta”, afirmou. Janot não mencionou o caso Lava Jato, que deve chegar ao STF (Supremo Tribunal Federal) em fevereiro.

A cerimônia de abertura do ano do Judiciário de 2015 foi realizada nesta segunda-feira (2) no plenário do STF, em Brasília. Dos 10 ministros do STF, apenas dois (Luiz Fux e Luís Roberto Barroso) não participaram da cerimônia. O novo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), participou da solenidade e sentou-se ao lado do presidente do STF, Ricardo Lewandowski.

Janot disse que é preciso fomentar a "a solidificação do combate à corrupção como fortalecimento das instituições e do regime democrático".

A declaração acontece no mesmo mês em que se espera que a ação penal contra parlamentares envolvidos no esquema de desvio de recursos da Petrobras investigado pela operação Lava Jato chegue ao STF. A expectativa é que ação seja enviada ao STF nas próximas semanas.

Em seu discurso, Janot defendeu também a revisão da Lei da Anistia, já rejeitada pela Corte.

Lewandowski criticou o elevado número de processos em tramitação no Judiciário. Segundo ele, a situação é dramática. "O que é mais dramático, apesar do acrescimento de 1,7% na produtividade dos juízes (…) é que a taxa de congestionamento [de processos] cresceu 1,3% em comparação com 2012, atingindo o frustrante porcentual de 70,9%", afirmou.

Lewandowski citou dados do relatório Justiça em Números, de 2014, com dados de 2013. Segundo o ministro, houve uma explosão de "litigiosidade" no país. De acordo com o relatório, há 95 milhões de processos em tramitação no Brasil, sem contar os que tramitam no STF.

O presidente do STF disse que, a partir deste ano, a Corte vai priorizar a troca de informações com outros órgãos e o julgamentos em plenário que tenham relevância na sociedade.