Revelações de Cid cabem no roteiro do quase-golpe frustrado de Bolsonaro

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Em um dos depoimentos que compõem a delação premiada que fechou com a PF, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid relatou que, logo após a derrota no segundo turno, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu das mãos do assessor Filipe Martins uma minuta de decreto para convocar novas eleições, que incluía a prisão de adversários, e sondou militares sobre a hipótese de um golpe de Estado.

A notícia do teor da delação, divulgada nesta quinta-feira (21) por Aguirre Talento no UOL, mostra um avanço de peças no tabuleiro do inquérito sobre os atos antidemocráticos do 8/1.

Em nota, Bolsonaro repetiu a metáfora costumeira de que "jogou dentro das quatro linhas da Constituição" e disse que "jamais compactuou" com movimentos sem respaldo na lei.

Para Josias de Souza, o mais assustador nos fatos relatados por Cid é que eles são "inacreditavelmente críveis" e cabem perfeitamente no roteiro traçado por Bolsonaro, segundo o que é público até agora.

Para o jurista Wálter Maierovitch, com as revelações de Cid, "Bolsonaro se complica muito mesmo" e fica no mesmo nível dos "bagrinhos" que fizeram o trabalho braçal de invadir e depredar as sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.

E Tales Faria conta que o Palácio do Planalto recebeu bem os relatos sobre a delação de Cid, mas não tomará nenhuma medida por enquanto, inclusive em relação aos militares supostamente envolvidos em crimes. Carla Araújo, por sua vez, informa que o Exército disse que está "colaborando com as investigações".

Leonardo Sakamoto ironizou o roteiro um pouco surreal do "quase-golpe" esboçado por Bolsonaro, que teria contado com a participação de "um padre, um advogado e um militar" em uma reunião. Para parecer uma piada de salão, "só faltou o papagaio", brincou Sakamoto.

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Opinião

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