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PGR defende liberação de salário na conta de assessor do STJ afastado

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, enviou manifestação ao STF (Supremo Tribunal Federal) solicitando a liberação dos valores de salário pagos na conta de um assessor do STJ (Superior Tribunal de Justiça) afastado na investigação sobre venda de decisões da Corte.

Trata-se de Daimler Alberto de Campos, ex-chefe de gabinete da ministra Isabel Gallotti. Ele foi alvo de busca e apreensão na operação deflagrada no fim de novembro e teve suas contas bloqueadas, além de ter sido afastado do cargo.

A defesa de Daimler, então, pediu ao STF a liberação dos valores necessários para sua subsistência. Gonet opinou que Daimler comprovou a necessidade. Sua manifestação foi enviada ao Supremo na última quarta-feira (18).

"Ante a comprovação documental apresentada pelo interessado para despesas necessárias à sobrevivência (aluguel residencial (...) e educação de filho menor), entende-se ser o valor de R$ 6.260 adequado para tais fins. Tal valor deverá ser, mensalmente, liberado da conta", escreveu o procurador-geral.

Agora, caberá ao ministro Cristiano Zanin, do STF, decidir sobre a liberação.

Daimler se tornou alvo da investigação após ter sido citado em diálogos do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, suspeito de liderar um esquema de compra de decisões com assessores do STJ. A apuração, entretanto, não tinha localizado conversas mantidas diretamente entre Daimler e Andreson

Após ter sido alvo de buscas, Daimler disse a interlocutores que nunca tinha conversado com Andreson e que seu nome foi usado pelo lobista para a venda de facilidades.

Na manifestação enviada ao STF, Gonet ainda opinou contrariamente à liberação da conta de outro assessor, Rodrigo Falcão, e disse que não foram apresentados documentos justificando a necessidade do desbloqueio.

O UOL revelou nesta sexta-feira (20) que a PF encontrou documentos indicando a compra de um relógio Rolex de R$ 106 mil em dinheiro vivo e outros itens de luxo na posse de Rodrigo Falcão.

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Apuração atinge três gabinetes

Com os elementos colhidos até o momento, o inquérito da PF apura a venda de decisões nos gabinetes de três ministros: Og Fernandes, Isabel Gallotti e Nancy Andrighi.

O caso teve início após o assassinato de um advogado em Cuiabá, Roberto Zampieri. O seu celular, colhido para apurar as circunstâncias do homicídio, continha indícios da compra de decisões judiciais do STJ e de tribunais estaduais. Por isso, o material foi enviado ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que pediu investigação à Polícia Federal.

Reportagem

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