Confronto com polícia e vários feridos marcam novos protestos contra Milei
No segundo dia de discussão no Congresso Nacional argentino sobre a "lei ônibus", em Buenos Aires, milhares de manifestantes protestam do lado de fora do palácio legislativo contra as reformas econômicas encabeçadas pelo megaprojeto ultraliberal do presidente Javier Milei.
Houve confronto com a polícia, e dezenas de pessoas ficaram feridas. O ambiente hoje é ainda mais tenso do que o de ontem, o primeiro dia de protestos.
Desde as 17h (horário de Brasília), havia um forte operativo policial no Congresso, envolvendo polícia federal, polícia de Buenos Aires e choque, além de blindados e muitas motos. Todo esse aparato faz parte do protocolo antiprotesto do Ministério da Segurança, que proíbe que manifestantes fechem vias públicas.
O momento de mais tensão ocorreu quando os manifestantes tentaram avançar pela avenida de Maio, em direção ao Congresso, e foram reprimidos com gás de pimenta, cassetete e bombas de efeito moral. Houve muito pânico. Alguns manifestantes que estavam nas calçadas também foram reprimidos.
A tensão obrigou que deputados de blocos de oposição ao governo Milei saíssem do palácio para tentar intervir na ação da polícia. Do lado de dentro, o deputado da Frente de Esquerda, Cristian Castillo, afirmou que os deputados que apoiam a lei ônibus são os responsáveis pela repressão policial nas ruas.
Mulheres foram presas ontem
Ontem, durante os atos que seguiram madrugada adentro em frente ao Congresso Nacional, ao menos três mulheres foram presas por protestarem na rua, em frente ao palácio legislativo, cantando o hino nacional. Elas eram militantes do partido de centro União Cívica Radical.
A prisão delas foi motivo de repúdio e repercussão na imprensa argentina e nas redes sociais. As três militantes foram soltas na manhã de hoje.
Votação nesta sexta-feira
A sessão no Congresso para debater o assunto está marcada para as 10h desta sexta-feira (2) e a votação do texto geral do projeto ultraliberal está prevista para as 14h.
São duas etapas: primeiro os deputados votam o texto geral e depois artigo por artigo.
A atual lei, que sofreu diversos ajustes desde a criação do texto original, tem cerca de 350 artigos a serem votados.
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Quero receberRepresión con motos, gases, hidrantes, frente al Congreso. La respuesta del gobierno de Milei ante la protesta contra la Ley Ómnibus. pic.twitter.com/cqlBa6ViU8
-- Marco Teruggi (@Marco_Teruggi) February 1, 2024
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