Em reduto lulista no Nordeste, PT espera vitórias e fiascos nas capitais
O PT já sabe, pelas últimas pesquisas, que pode esperar bons resultados, mas também fiascos de alguns candidatos nas eleições deste domingo (6) nas capitais do Nordeste —região onde o partido governa quatro estados.
O partido do presidente Lula tem candidatos em cinco das nove capitais da região, mas apenas um tem chances de vitória no primeiro turno: em Teresina, Fábio Novo aparece na dianteira nas pesquisas, mas trava uma disputa próxima com o ex-prefeito Sílvio Mendes (União Brasil), que pode forçar um segundo turno.
O Piauí foi o estado que deu a maior votação proporcional do país a Lula em 2022, com 77% dos votos válidos. O PT tem como principal líder no estado o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias.
Caso confirme a vitória, o PT voltará a fazer um prefeito de capital após oito anos —em 2020 não fez nenhum.
Outro petista que as pesquisas mostram ter bom desempenho é o deputado estadual Evandro Leitão, que aparece na liderança em Fortaleza, mas tecnicamente empatado com o bolsonarista André Fernandes (PL).
Após um início de disputa embolado, com quatro candidatos se alternando nas primeiras posições, os dois se distanciaram de Capitão Wagner (União Brasil) e do prefeito Sarto (PDT) e devem fazer o segundo turno na cidade mais populosa do Nordeste.
Em Natal, a deputada federal Natália Bonavides foi quem recebeu os maiores recursos do partido entre todos os candidatos da região, mas aparece apenas na terceira posição. Nos últimos dias, porém, ela cresceu e se aproximou dos dois primeiros. Sua ida ao segundo turno é dada como incerta.
O Rio Grande do Norte é governado por Fátima Bezerra (PT) desde 2019, e Natália é um nome que despontou bem no partido e na esquerda local.
Ela disputa, porém, os votos do centro e da esquerda com o ex-prefeito Carlos Eduardo (PSD), que foi candidato ao Senado na chapa de Fátima em 2022 —mas foi derrotado por Rogério Marinho (PL). A terceira força é Paulinho Freire (União Brasil), apoiado pelo prefeito Álvaro Dias (Republicanos).
Derrotas esperadas
O PT também já sabe que deve ter votações fracas em duas capitais na região.
Em Aracaju, a jornalista Candisse Carvalho, esposa do senador Rogério Carvalho, aparece apenas na quarta colocação nas pesquisas —com 7% no levantamento da Quaest divulgado nessa sexta-feira— e é dada como carta fora do segundo turno.
Quem lidera com folga as pesquisas em Aracaju é Emília Corrêa (PL), seguida por Luiz Roberto (PDT) e Yandra (União Brasil).
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Quero receberEm João Pessoa, o ex-prefeito Luciano Cartaxo era uma aposta alta do partido, mas aparece apenas na segunda ou terceira posição nas pesquisas, longe do prefeito Cícero Lucena (PP) —que desponta como favorito para vencer já no primeiro turno.
Fiasco de aliados em 3 cidades
O PT também deve fracassar em três capitais da região que devem ter definição já no primeiro turno, com vitórias dos atuais prefeitos.
Em São Luís, o PT apoia e indicou o vice de Duarte Júnior (PSB), que não cresceu nas pesquisas mesmo com apoio de Lula e do governador Carlos Brandão (PSB) e deve ser derrotado já neste domingo pelo prefeito Eduardo Braide (PSD).
Em Maceió, o partido abriu mão de candidato próprio e apoiou o deputado federal Rafael Brito (MDB), que não decola nas pesquisas e deve ser derrotado por JHC (PL) —que sempre aparece com mais de 70% das intenções de voto.
Situação semelhante ocorre em Salvador, onde o PT apoia o vice-governador Geraldo Júnior (MDB), que aparece com média de 15% nas pesquisas e deve amargar derrota para Bruno Reis (União Brasil) no primeiro turno.
Recife, a salvação
O único aliado que tem vitória dada como certa no primeiro turno é o prefeito João Campos (PSB), do Recife, que sempre foi líder nas pesquisas e aparece acima da casa dos 70% em todos os levantamentos.
Entretanto, apesar de tentar emplacar o vice, o PT não conseguiu entrar na chapa, e Campos indicou o nome do amigo Victor Marques (PCdoB) para concorrer ao cargo.
Se tudo correr dentro do esperado, João deve renunciar até abril de 2026 para concorrer ao governo de Pernambuco, com apoio do PT.
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