Jamil Chade

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Reportagem

Queijo Minas vira patrimônio da humanidade: cultura e hospitalidade

Em decisão unânime nesta quarta-feira (4), a Unesco determinou que "Modos de fazer o Queijo Minas Artesanal" devem ser considerados parte da lista de Patrimônio Imaterial da Humanidade.

O anúncio ocorreu durante a reunião da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Assunção, Paraguai. A lista é composta por dezenas de itens, entre eles, o rum cubano, a cultura da cerveja na Bélgica, a baguete francesa e mesmo expressões artísticas como o tango.

Do Brasil já faziam parte da lista expressões culturais como o samba de roda do Recôncavo da Bahia, o frevo, o Círio de Nazaré, a capoeira e o complexo cultural do Bumba-meu-boi do Maranhão.

Numa nota divulgada após a nova decisão, o governo brasileiro explicou que "elaborado a partir de técnicas desenvolvidas ao longo de três séculos, o Queijo Minas Artesanal constitui importante atividade socioeconômica, que promove inclusão e desenvolvimento local, em especial da agricultura familiar".

A inclusão de conhecimentos e práticas alimentares referenciais para a cultura nacional na Lista da Unesco reforça a relevância dos saberes tradicionais brasileiros e a possibilidade de conciliar patrimônio imaterial, segurança alimentar e desenvolvimento sustentável
Governo do Brasil

Segundo o Itamaraty, a ampliação dos elementos brasileiros na Lista do Patrimônio Imaterial da Unesco "demonstra o compromisso do governo federal com a salvaguarda do patrimônio cultural nacional e com a promoção de políticas públicas que assegurem a preservação, a valorização e a transmissão sustentável desses conhecimentos às futuras gerações".

Segundo a agência da ONU, "o processo de fabricação do queijo minas artesanal envolve "conhecimentos e técnicas desenvolvidos por pequenos produtores rurais do estado de Minas Gerais, no Brasil".

Os queijeiros locais se orgulham da tradição de usar leite cru e o 'pingo', um fermento natural composto por bactérias específicas da região que, juntamente com o período de maturação e o clima local, contribui para o sabor, a cor e o aroma específicos dos queijos
Unesco

"O conhecimento relacionado inclui o manejo do pasto e do gado, técnicas de artesanato e a venda dos produtos em feiras e mercados locais", afirmou a Unesco.

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Mas o queijo minas artesanal está associado "à hospitalidade e é comumente consumido com doces e bebidas em reuniões e encontros e em ocasiões especiais".

"A maioria dos produtores de queijo possui pequenas propriedades rurais e trabalha em sistemas familiares de pequena escala. Os membros da família e as comunidades locais participam do trabalho quando os volumes de produção aumentam. O conhecimento é transmitido oralmente entre os membros da família em todos os estágios do processo. O aprendizado ocorre por meio da observação e das interações diárias com trabalhadores experientes da família", disse.

"A produção e o consumo do queijo minas artesanal reforçam o sentimento de pertencimento a um lugar e a uma comunidade. Também fortalece as economias locais, melhora a qualidade de vida e contribui para a inclusão socioeconômica", completou.

Reportagem

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