Josias de Souza

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Lula se sente 'mais livre' para trocar Rosa por homem no STF

Em conversa com integrante do Prerrogativas, grupo integrado por advogados companheiros, um ministro palaciano de Lula usou a palavra "alforria" ao festejar a indicação da advogada Daniela Teixeira para a vaga de Felix Fischer no Superior Tribunal de Justiça. Ele não se referia apenas à contribuição dada por Lula à causa da emancipação feminina. Disse que há agora no Planalto a percepção de que Lula passou a dispor de "mais liberdade" para acomodar um homem na poltrona de Rosa Weber, que completa em outubro 75 anos, a idade limite para pendurar a toga no Supremo Tribunal Federal.

O auxiliar de Lula disse durante a conversa com o advogado do Prerrogativas que o nome da predileção do presidente para a poltrona de Rosa seria o de Jorge Messias, o advogado-geral da União. Citou como "opção secundária" Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União. A suposição de que o envio de uma mulher para o STJ reduzirá a pressão pela escolha de outra mulher para o Supremo é ilusória. Mas Lula parece pautar sua escolha pelo gênero.

Daniela Teixeira será a sétima mulher num colegiado de 33 togas com assento no STJ. No Supremo, há duas mulheres num plenário de 11. Confirmando-se a entrada de um espinho masculino no lugar de Rosa, restará Cármen Lúcia. Numa palestra feita há 15 dias, em Goiás, Cármen deu uma ideia do tamanho da discrepância.

Disse que nos 195 anos de história do Supremo, que começou a ser escrita em 1828, a Corte teve apenas três mulheres. "Demorou até o ano 2000 para que a ministra Ellen Gracie, a primeira, fosse nomeada. O Superior Tribunal de Justiça teve a última mulher nomeada há dez anos."

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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