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PF caça Maguila, envolvido em plano de resgate de presos do PCC em Brasília
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O nome de Israel Soares Benedito, 44, o Maguila, apontado como importante integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital), não aparece em nenhuma lista de procurados no Brasil. Mas, segundo as autoridades, ele é um dos criminosos mais perigosos do país.
As forças de segurança brasileiras classificam Maguila como um elo essencial dentro da estrutura do PCC no Paraguai e um dos chefes da facção criminosa no país vizinho, onde há inclusive um alerta contra ele por causa da existência de planos para matar autoridades das duas nações.
No Brasil, em agosto deste ano, o apelido de Maguila foi citado em relatórios de investigações da Polícia Federal e do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), junto com outros faccionados do PCC. Até então, ele não havia sido identificado.
Segundo a PF, Maguila estava envolvido em um plano para resgatar os principais chefes do PCC recolhidos em presídios federais. As investigações tiveram início em 2021. Os alvos principais do resgate, diz a PF, encontravam-se recolhidos na Penitenciária Federal de Brasília.
Agentes de serviços de inteligência do Brasil suspeitam que Maguila esteja refugiado na Bolívia - país produtor de cocaína -, onde teria assumido o lugar de Gilberto Alves dos Santos, 52, o Fuminho, na coordenação do tráfico internacional de drogas da organização criminosa.
O apelido Maguila também aparece em um comunicado divulgado pelo PCC em 2018, quando a facção informou que Fuminho e outros parceiros envolvidos nos assassinatos de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, estavam decretados à morte.
A dupla era do primeiro escalão do PCC e foi morta em fevereiro de 2018 na aldeia indígena de Aquiraz, região metropolitana de Fortaleza, no Ceará. Fuminho foi acusado de comandar os assassinatos. Ele foi preso em 13 abril de 2020 em Maputo, capital de Moçambique.
No comunicado do PCC, Maguila é citado como um dos decretados à morte. Porém, as investigações sobre os homicídios de Gegê do Mangue e Paca, conduzidas pela Polícia Civil do Ceará, não identificaram nenhum acusado de envolvimento no duplo homicídio com o apelido dele.
Já no Paraguai, as autoridades locais divulgaram um alerta informando que Maguila é chefe da organização criminosa PCC. Um documento mostra a foto dele e também traz a qualificação do acusado, como filiação, data de nascimento e número da carteira de identidade.
Bomba no carro
De acordo com a Polícia do Paraguai, Maguila coordenou anos atrás um resgaste de presos integrantes do PCC recolhidos em uma penitenciária no país vizinho. Os resgatados eram considerados prisioneiros de altíssima periculosidade.
Policiais paraguaios afirmam ainda que Maguila planejou matar autoridades locais e também do Brasil. Uma das pessoas ameaçadas por ele é uma delegada da Polícia Civil de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, muito atuante no combate ao crime organizado na região, principalmente no modal aéreo.
Maguila foi acusado de ter tentado colocar uma bomba no carro da policial. Há relatos ainda de que ele teria inclusive planejado o sequestro de uma pessoa da família dela. As polícias dos dois países frustraram as ações e continuam de prontidão até hoje.
Há fortes suspeitas de que Maguila vem tentando tirar passaporte com nome falso com o objetivo de fugir para Portugal, país europeu onde a presença de integrantes do PCC está aumentando a cada dia e já preocupa a Interpol (Polícia Internacional).
A reportagem não conseguiu contatar os advogados de Maguila, mas publicará na íntegra a versão dos defensores dele, caso haja uma manifestação.
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