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Polícia prende agente penitenciário envolvido na morte de Cara Preta do PCC
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Policiais civis prenderam na manhã de hoje em Marechal Deodoro, em Alagoas, o agente penitenciário David Moreira da Silva, 38, acusado de envolvimento nos assassinatos de Anselmo Becheli Santa Fausta, 38, o Cara Preta, e Antônio Corona Neto, 33, o Sem Sangue.
Ambos foram mortos a tiros por volta do meio-dia de 27 de dezembro de 2021, na rua Armindo Guaraná, Tatuapé, zona leste paulistana. Segundo investigações da Polícia Civil, Cara Preta era um integrante influente do PCC (Primeiro Comando da Capital) envolvido com narcotráfico e outros delitos.
O agente David Moreira Silva era monitorado por agentes do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), unidade da Polícia Civil de São Paulo, e foi preso em uma ação conjunta entre policiais dos dois estados. Ele deve ser transferido em breve para a capital paulista.
No último dia 2, o empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 36, acabou preso em Itacaré na Bahia. Segundo o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), ele foi o mandante do assassinato de Cara Preta e ofereceu dinheiro ao agente penitenciário para planejar a ação criminosa.
De acordo com o DHPP, Vinícius trabalhava com bitcoins e, após conhecer Cara Preta, realizou negócios com ele e fez investimentos para a vítima. Para o DHPP, Cara Preta descobriu que seu dinheiro havia sido subtraído e, por esse motivo, acabou assassinado a mando do empresário.
David, por sua vez, é acusado de ter contratado Noé Alves Schaum, 42, para matar Cara Preta. No dia 16 de janeiro de 2022, Noé foi assassinado pelo "tribunal do crime" do PCC e teve a cabeça decepada e jogada em uma praça também no bairro do Tatuapé.
Tanto Vinícius quanto David correm risco de morte na prisão, caso sejam transferidos para São Paulo. Isso porque Cara Preta gozava de prestígio entre integrantes da cúpula do PCC e era um dos maiores narcotraficantes ligados à facção criminosa.
O empresário e o agente penitenciário estavam com a prisão preventiva decretada pelo juiz Jair Antônio Pena Júnior, da 1ª Vara do Júri da Capital. Vinícius também responde a outro processo em São Paulo, pela acusação de lavagem de dinheiro.
Eles foram denunciados à Justiça no último dia 26, pelo Ministério Público do estado de São Paulo. Em depoimentos na fase de inquérito, Vinícius e David negaram participação no duplo homicídio.
Defensores alegam inocência
A defesa do empresário diz que o cliente é inocente de todas as acusações e sustenta que os verdadeiros culpados pelas mortes de Cara Preta e Sem Sangue foram arrolados pela própria polícia como testemunhas de acusação de Vinícius.
Os advogados de Vinícius temem pela vida dele e afirmam que se ele segregado irá morrer na prisão, pois é ameaçado por integrantes do PCC. Os defensores do empresário entraram com habeas corpus na Justiça pedindo a revogação da prisão dele.
O defensor de David também argumenta que ele é inocente e não participou do planejamento nem dos assassinatos de Cara Preta e Sem Sangue. A defesa do agente penitenciário informou que pediu à 1ª Vara do Júri a revogação da prisão dele.
Outros dois pedidos de habeas corpus também foram protocolados pelo defensor de David, sendo um na segunda instância, no Tribunal de Justiça do estado de São Paulo, e outro no STJ (Superior Tribunal de Justiça), em Brasília.
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