Josmar Jozino

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Justiça de SP reduz em 7 anos a pena de Fuminho, o braço direito de Marcola

O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) reduziu em sete anos e quatro meses a condenação de Gilberto Aparecido dos Santos, 53, o Fuminho, pelos crimes de tráfico de drogas, posse e comercialização de armas e formação de quadrilha.

O narcotraficante é apontado pelo MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) como o braço direito de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, considerado o líder máximo do PCC (Primeiro Comando da Capital), a maior facção criminosa do Brasil.

Fuminho havia sido condenado em primeira instância a 26 anos, 11 meses e 5 dias pela juíza Letícia Antunes Tavares, da 2ª Vara Criminal de Itapecerica da Serra (Grande São Paulo). Ele foi acusado com outros cinco réus, todos condenados pelos mesmos crimes. O processo dele foi desmembrado.

No último dia 10, a 5ª Câmara de Direito Criminal do TJ-SP afastou parcialmente o acréscimo da pena em 1/6 pelo agravante de reincidência e reduziu a condenação do réu para 19 anos e 7 meses de prisão em regime fechado.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Gilberto Aparecido dos Santos, mas publicará a versão dos defensores dele assim que houver uma manifestação.

O réu foi acusado de ser o dono de 450 kg de cocaína, 8 kg de maconha, 4 fuzis, 3 rifles, duas espingardas, três carabinas, três submetralhadoras, 11 pistolas e uma garrucha, além de carregadores apreendidos no Sítio Sarandi em Juquitiba (SP), em 14 de março de 2013.

As drogas e as armas foram encontradas e apreendidas por homens da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), unidade de elite da Polícia Militar. Na ocasião, os militares disseram que chegaram ao sítio após denúncia anônima. A Polícia Federal também investigava o caso à época.

13.abr.2020 - Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, ao ser preso em Moçambique
13.abr.2020 - Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, ao ser preso em Moçambique Imagem: Arquivo pessoal

Bunker tinha até elevador

No sítio foi montado um sofisticado bunker com elevador e motor hidráulico usado na elevação de uma tampa de concreto. O local era usado para armazenar o armamento de grosso calibre, além de grandes quantidades de cocaína e maconha.

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As investigações apontaram que o sítio era de propriedade de Fuminho. O traficante de drogas chegou a ser monitorado por policiais federais, inclusive na Favela de Heliópolis, na zona sul da capital, e por pouco não acabou preso pelos agentes.

O criminoso não estava no sítio quando os policiais da Rota cercaram o local. Depois dessa ação, Fuminho fugiu para a Bolívia e de lá seguiu para Moçambique, na África. Ele acabou capturado em Maputo, capital daquele país, em abril de 2020.

O comparsa de Marcola estava foragido desde 1999, quando escapou da Casa de Detenção, no Carandiru, zona norte paulistana. Ele foi extraditado de Moçambique para o Brasil e atualmente está recolhido em uma penitenciária federal.

Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, que foi assassinado em Fortaleza
Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, que foi assassinado em Fortaleza Imagem: Reprodução

Outro processo no Ceará

Fuminho também responde a processo no Ceará, sob a acusação de ter coordenado os assassinatos de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, mortos a tiros na região metropolitana de Fortaleza.

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Ambos eram do alto escalão do PCC e foram acusados de desviar dinheiro da facção. Depois da morte de Gegê e Paca, teve início uma das guerras mais sangrentas na organização. Wagner Ferreira da Silva, o cabelo Duro, acusado de levar as duas vítimas para a morte, foi assassinado uma semana depois do duplo homicídio no Tatuapé, zona leste da capital.

O MP-SP também acusa Fuminho de ter planejado um resgate da liderança do PCC, em 2018, presa até então na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no oeste do estado. Segundo promotores de Justiça, a ação contaria com criminosos treinados em uma fazenda de Fuminho na Bolívia, aeronaves, metralhadoras calibre 50 e até veículos blindados.

Em fevereiro de 2019, a liderança do PCC, incluindo Marcola, foi transferida para presídios federais para evitar um possível resgate. As remoções foram feitas a pedido do promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado), de Presidente Prudente, subordinado ao MP-SP.

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