PCC tem um 'time' de líderes na Bolívia, usando documento falso, diz MP-SP
A cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, virou um território de líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) — a maior facção criminosa do Brasil —, segundo investigações do MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo).
O MP apurou que um "time" de líderes do PCC vive no país vizinho — um dos maiores produtores de cocaína —, usa documentos falsos, conta com a proteção de agentes corruptos e tem como missão principal fortalecer o tráfico internacional de drogas, a atividade mais lucrativa da organização.
Alguns integrantes do grupo são foragidos da Justiça brasileira e procurados até pela Interpol (Polícia Internacional), como Sérgio Luiz de Freitas Filho, o Mijão; Silvio Luiz Ferreira, o Cebola; André Oliveira Macedo, o André do Rap; e Suaélio Martins Lleda.
Os demais foram colocados em liberdade e, ainda segundo o MP-SP, nessa lista estão: Marcos Paulo Nunes da Silva, o Baianinho Vietnã; Francisco Antônio Cesário da Silva, o Piauí; Pedro Luís da Silva Moraes, o Chacal; Elvis Riola de Andrade, o Cantor e Patric Uelinton Salomão, o Forjado.
O MP-SP suspeita de que Décio Gouveia Luís, o Décio Português, solto por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) em agosto deste ano, como divulgou esta coluna ontem, reforçará o time de comparsas em terras bolivianas.
Há ainda informações de que Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, procurado pela polícia brasileira e Interpol e dado como morto no ano passado, também refugiou-se na Bolívia, mesmo tendo sido expulso das fileiras do Primeiro Comando da Capital.
As investigações do serviço de inteligência do MP-SP apontam que Mijão é a principal liderança do PCC nas ruas e conta coma a ajuda de Baianinho Vietnã. Os agentes apuraram que Mijão leva uma vida de luxo na Bolívia, onde montou restaurante e boate usando documentação falsa.
Atentados e resgate
Já André do Rap, considerado um dos maiores narcotraficantes do Brasil, responsável pelo envio de toneladas de cocaína para a Europa, via portos brasileiros, fica uns tempos na Bolívia e outros na África, administrando os negócios ilícitos da droga — segundo investigadores.
De acordo com os agentes, alguns integrantes do time refugiado na Bolívia receberam duas missões da cúpula do PCC: matar autoridades públicas brasileiras e resgatar a liderança da facção criminosa recolhida em penitenciárias federais.
Os advogados Anderson dos Santos Domingues e Áureo Tupinambá, defensores de André do Rap, afirmam que o cliente não integra facção criminosa, foi inclusive absolvido dessa acusação, e que em relação aos demais procedimentos judiciais, a inocência dele será devidamente provada.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos demais citados, mas o texto será atualizado se houver manifestação.
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