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Radicais bolsonaristas irritam dirigentes do PL
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A cúpula do PL está irritada com uma série de informações que circularam nos últimos dias atribuindo ao partido ações que a legenda não pretende tomar. Na visão de dirigentes da sigla, a ala mais radical e bolsonarista do partido continua sem aceitar a derrota da eleição presidencial e cria constrangimento ao vazar dados de discussões internas. Ao mesmo tempo, atrapalha a organização de uma oposição ao futuro governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) é uma das que mais irritam o partido, conforme revelou a colunista Bela Megale, do jornal O Globo. Na visão do PL, a parlamentar só investe em ações para alimentar sua própria base. A derrota de Jair Bolsonaro, em parte, é atribuída a ela, devido ao episódio em que apontou uma arma para um homem negro nas ruas de São Paulo, nas vésperas do segundo turno.
Mas o que mais irritou a cúpula do PL nos últimos dias foi a informação de que o partido iria pedir a anulação das eleições com base em um relatório feito pelo Instituto Voto Legal (IVL), contratado pela legenda para uma espécie de auditoria do resultado das urnas. O documento foi divulgado pelo site Antagonista na terça-feira. Horas depois, o PL informou que o documento era "obsoleto" e negou a intenção.
O partido informou, por nota, que o documento do PL está em produção. "Ainda não foi divulgada qualquer versão final do relatório, temos estudos em andamento. A versão publicada pelo Antagonista é obsoleta e não está assinada por ninguém", afirmou o partido.
Na visão dos dirigentes, segundo a coluna apurou, o STF (Supremo Tribunal Federal) e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) extrapolaram suas funções durante o pleito. Para integrantes do PL, os magistrados exageraram, por exemplo, ao derrubar contas de integrantes da direita e do PL, enquanto mantiveram no ar as redes do deputado federal André Janones (Avante-MG), apoiador de Lula.
No entanto, apesar das críticas, o grupo mais próximo a Valdemar Costa Neto, presidente do PL, avalia que qualquer ação deveria ter sido feita ainda durante a campanha. Agora, após a derrota, não seria mais viável. Inclusive, o Instituto Voto Legal apenas foi contratado por uma exigência de Bolsonaro. O PL atendeu ao pedido do presidente porque o considera um ativo.
Nos relatos feitos à coluna, a cúpula do PL se vê tentando um equilíbrio entre atender as demandas de Bolsonaro e não se envolver em nenhuma ruptura institucional.
Nos últimos dias, porém, cresce a pressão para que Bolsonaro saia do ostracismo em que está metido desde a derrota. O PL avalia que alguém precisa começar a liderar a oposição e a atitude de isolamento atrapalha o ativo de 58 milhões de votos obtidos na eleição.
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