De olho no governo do Paraná, Moro entra na campanha em seis cidades
Com o objetivo de se eleger governador em 2026, o senador Sérgio Moro vai se envolver nas campanhas à prefeito de pelo menos seis cidades no Paraná: Curitiba, Londrina, Cascavel, Ponta Grossa, Guarapuava e Foz do Iguaçu.
O objetivo é formar uma rede de alianças que possa garantir seu caminho até o Palácio Iguaçu, sede do governo paranaense, e, talvez, no futuro, até a Presidência da República. Moro não admite publicamente nenhum desses objetivos e diz que está dedicado ao Senado.
Suas movimentações, no entanto, mostram uma completa mudança de postura do ex-juiz da Lava Jato em relação à política.
"Entrei na política e faz parte da política construir uma base de apoio e ter bons candidatos às prefeituras. Não é para a utilização da máquina", disse Moro à coluna.
Em Curitiba, o candidato do senador é Ney Leprevost, do União Brasil — a esposa do ex-juiz, a deputada federal Rosângela Moro, é a vice. Moro esteve na convenção de lançamento da chapa e promete participar ativamente da campanha. Leprevost está em terceiro lugar nas pesquisas e o objetivo é que a presença de Rosângela o leve ao segundo turno.
O deputado estadual, Tiago Amaral, do PSD, foi o ungido de Moro em Londrina, no norte do Paraná. É presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Assembleia Legislativa do Paraná. Em Cascavel, o senador vai apoiar o policial militar Márcio Pacheco, do PP.
Em Ponta Grossa, a atual prefeita é do União Brasil e terá o apoio do Moro: Elizabeth Schmidt. O partido também tem candidato em Guarapuava, Samuel Ribas, e, em Foz do Iguaçu, José Elias. Moro, no entanto, chegou a barrar candidatos do partido. Foi o caso de Maringá, onde havia um político que pleiteava o apoio do União Brasil, mas não passou pelo crivo "ficha limpa" do senador.
"Agência municipal anticorrupção"
Moro vem exigindo dos candidatos que que querem seu apoio no Paraná o compromisso com a criação da "agência municipal anticorrupção".
Trata-se de uma autarquia municipal para o combate e a prevenção à corrupção. A ideia é que o titular tenha mandato fixo e que seja demitido apenas por má conduta.
O senador defendeu a ideia no plenário do Senado, mas o órgão seria criado por lei municipal. A ideia é que, como o combate à corrupção teria se tornado mais difícil em Brasília, começar da base, que é o município.
No Paraná, o apoio de Moro pode ser decisivo numa eleição por causa da fama que ele ganhou durante a Lava Jato. Ele lidera as intenções de voto para governador com 41,6%, bem acima dos 17,2% de Rafael Greca, conforme a Paraná Pesquisas.
Essa reportagem é um dos destaques do programa "Radar das Eleições", videocast do UOL sobre as eleições municipais. Acompanhe no link:
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