'Sangue escorria pela escada', diz primeira testemunha do Carandiru
O perito Osvaldo Negrini Neto, responsável por examinar o Pavilhão 9 após o Massacre do Carandiru, em 1992, disse no Tribunal Criminal da Barra Funda, em São Paulo, que “sangue escorria pelas escadas”. Neto foi a primeira testemunha de acusação a depor diante do júri na terceira etapa do julgamento do massacre, que começou nesta segunda.
Segundo o perito, inicialmente a Polícia Militar não quis liberar seu acesso para os pavimentos superiores, alegando questões de higiene e de segurança, já que muitos dos detentos seriam soropositivos.
“Eu disse [para os policiais] que precisa ver até onde dava porque os policiais alegavam que estava escuro. Quando chegou a iluminação, percebi que a substância que escorria pelos degraus era sangue. Pude ver um amontoado com 89 cadáveres, que depois foram carregados pelos próprios presos para caminhões do IML [Instituto Médico Legal]”.
De acordo com Neto, mais de 700 disparos foram feitos dentro do Carandiru no dia do massacre. Ainda segundo ele, 95% dos buracos de bala estavam dentro das celas -- como se os disparos tivessem sido feitos das portas das celas para dentro delas. A maioria dos disparos foi feita com pistolas e metralhadoras.
Julgamento desmembrado
Júri 100% masculino
Existe a possibilidade de que o julgamento tenha de ser adiado caso as outras três testemunhas de fato não compareçam. Essa decisão vai depender da avaliação dos advogados das partes.
Caso o julgamento prossiga, a terça-feira (18) será destinada para o depoimento das testemunhas de defesa. Na quarta-feira (19), os réus devem ser interrogados. Os debates estão previstos para a quinta-feira, com o veredicto e as eventuais penas sendo anunciadas no dia seguinte.
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