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Bombeiros dizem que 40% do trabalho foi feito e que é improvável haver sobreviventes

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

03/05/2018 10h17

O Corpo de Bombeiros estimou, na manhã desta quinta-feira (3), que 40% do trabalho no local em que o edifício Wilton Paes de Almeida desabou, na madrugada de terça-feira (1º), no centro de São Paulo, já foi feito.

“É um trabalho de uma semana. 40% do trabalho foi feito. O cenário a gente não conhece. Se formos abrir cavidades e não houver nenhum corpo, será um trabalho mais rápido. Se encontrarmos um corpo, o trabalho volta a ser manual”, disse o tenente Guilherme Derrite, porta-voz do Corpo de Bombeiros.

Desde as 3h desta quinta-feira, duas máquinas pesadas passaram a ser utilizadas. Os Bombeiros decidiram alterar a estratégia de trabalho nos escombros do edifício após vencerem as primeiras 48 horas após a tragédia.

Esse prazo segue um protocolo estabelecido internacionalmente para buscas.

Com isso, a possibilidade de encontrar sobreviventes tornou-se improvável, conforme afirmou o capitão dos bombeiros Robson Mitsuo.

"Não digo [ser] impossível [achar alguém com vida], porque sempre há esperança, mas é muito improvável. São condições incompatíveis com a vida", disse Mitsuo.

“O trabalho deixou de ser mais manual e vamos usar mais as máquinas, para ganhar volume na retirada de escombros. Foi uma decisão técnica: como diminuiu a probabilidade de encontrar alguém com vida, estamos entrando com as máquinas”, afirmou.

Os funcionários que manejam os maquinários são de empresas terceirizadas, mas que se mantém em constante contato, visual e através de rádio patrulha, com os bombeiros que comandam a operação.

Os homens e as duas cachorras do Corpo de Bombeiros chegaram ao epicentro do desabamento nesta manhã. “Por conta dos dias de resfriamento e por conta do maquinário pesado, conseguimos chegar ao epicentro com segurança”, afirmou Derrite.

Igreja luterana está condenada

Os bombeiros também informaram que a histórica igreja luterana atingida por parte do edifício está condenada e pode ter quedas da estrutura.

Uma possível demolição não é descartada, mas a decisão de derrubar a igreja só vai ocorrer após análise de engenheiros que não identifiquem nenhuma possibilidade de restaurar a estrutura já comprometida.

A igreja luterana, que fica ao lado do prédio que desabou, foi fundada em 1908. A restauração da torre e do altar havia sido entregue há cerca de dois anos. O custo da obra, R$ 1,3 milhão, foi bancado pela comunidade.

Por precaução, os homens do Corpo de Bombeiros não estão atuando na área da igreja. “Pode ocorrer quedas de partes estruturais da igreja a qualquer momento. Só o engenheiro responsável poderá dizer se há possibilidade de salvar a estrutura”, disse Derrite.