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Igreja luterana está condenada e pode ter quedas de estrutura, dizem bombeiros

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

03/05/2018 09h32Atualizada em 03/05/2018 14h32

A histórica igreja luterana do centro de São Paulo, atingida por parte do edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou madrugada da última terça-feira (1º), está condenada e pode ter quedas da estrutura, segundo informação do Corpo de Bombeiros divulgada na manhã desta quinta (3).

Uma possível demolição não é descartada, mas a decisão de derrubar a igreja só vai ocorrer após análise de engenheiros que não identifiquem nenhuma possibilidade de restaurar a estrutura já comprometida.

A igreja luterana, que fica ao lado do prédio que desabou, foi fundada em 1908. A restauração da torre e do altar havia sido entregue há cerca de dois anos. O custo da obra, R$ 1,3 milhão, foi bancado pela comunidade.

Por precaução, os homens do Corpo de Bombeiros não estão atuando na área da igreja. “Pode ocorrer quedas de partes estruturais da igreja a qualquer momento. Só o engenheiro responsável poderá dizer se há possibilidade de salvar a estrutura”, disse o tenente Guilherme Derrite, porta-voz do Corpo de Bombeiros.

prédio pode desabar - Amanda Perobelli/Estadão Conteúdo - Amanda Perobelli/Estadão Conteúdo
O prédio que pode desabar apresentou uma grande rachadura após a tragédia
Imagem: Amanda Perobelli/Estadão Conteúdo

40% do trabalho foi feito

Na manhã desta quinta-feira, os homens e as duas cadelas do Corpo de Bombeiros estão no epicentro do desabamento, disse Derrite.

“Por conta dos dias de resfriamento e por conta do maquinário pesado, conseguimos chegar ao epicentro com segurança”, afirmou.

Ainda de acordo com o porta-voz, desde as 3h, o maquinário pesado passou a ser utilizado.

É um trabalho de uma semana. 40% do trabalho foi feito. O cenário a gente não conhece. Se formos abrir cavidades e não houver nenhum corpo, será um trabalho mais rápido. Se encontrarmos um corpo, o trabalho volta a ser manual”, disse Derrite.

Prefeitura diz que confirmou 56 famílias cadastradas

Enquanto isso, parte dos desabrigados do prédio permanecem em frente à igreja católica de Nossa Senhora do Rosário, no largo do Paissandu, que fica do outro lado da rua.

Com receio de novos furtos, os sobreviventes da tragédia fizeram um cerco em que só entram doações e ex-moradores do edifício que desabou.

Até agora os assistentes sociais que atuam no local cadastraram 178 famílias que se identificaram como moradoras do prédio. Desse número, no entanto, a gestão municipal confirmou que 56 de fato moravam no imóvel abandonado.

Apenas essas famílias estão aptas a receber o auxílio-moradia de R$ 1.200 no primeiro mês e de R$ 400 a partir do segundo, pago por um período de 12 meses, oferecido pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano).

A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social informou que nenhuma família está sendo descartada no momento, pois os dados dos que se cadastraram no local ainda estão sendo cruzados com os bancos de dados da pasta, da Secretaria Municipal de Habitação e dos próprios movimentos sociais ligados ao direito por moradia.