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Tragédia em Brumadinho

Brumadinho: chega a 197 o número de mortos; 111 ainda estão desaparecidos

Bombeiros continuam com os trabalhos de buscas por corpos das vítimas da tragédia ocorrida na barragem da Vale - Giazi Cavalcante/Código 19/Estadão Conteúdo
Bombeiros continuam com os trabalhos de buscas por corpos das vítimas da tragédia ocorrida na barragem da Vale Imagem: Giazi Cavalcante/Código 19/Estadão Conteúdo

Alex Tajra

Do UOL*, em São Paulo

08/03/2019 20h51

O número de mortos por conta da queda da barragem da Vale em Brumadinho chegou a 197 na noite de hoje, de acordo com informações do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. As autoridades informaram ainda que 111 pessoas ainda estão desaparecidas. 

Hoje, 140 bombeiros trabalharam nas buscas na chamada 'zona quente', local mais atingido pela lama e onde boa parte dos corpos foi encontrada. Os militares estão utilizando ainda 73 máquinas pesadas e contam com o auxílio drones e cães farejadores. Eles continuam dando ênfase às áreas drenadas da usina de ITM (Instalação de Tratamento de Minério).

Até ontem a noite, 193 corpos haviam sido identificados pelo Instituto Médico Legal de Belo Horizonte. Devido ao estado de decomposição e situação em que foram encontrados, os corpos estão sendo identificados por testes de DNA ou pela arcada dentária, o que demanda mais tempo.

Vale ainda não pagou ajuda

Duas semanas após o acordo para o pagamento de ajuda emergencial para moradores de Brumadinho (MG) e do entorno do rio Paraopeba, a Vale ainda não iniciou os repasses. Segundo a Defesa Civil mineira, a tragédia em Brumadinho --ocorrida há mais de um mês-- deixou 193 mortos e 115 desaparecidos até o momento.

"Até agora, nada de a Vale pagar", disse Adilson Charlys, presidente da associação de moradores do Parque da Cachoeira, um dos bairros atingidos pela lama. Segundo ele, os únicos pagamentos feitos pela empresa foram as doações para parentes de mortos (R$ 100 mil cada um) e para quem teve a casa destruída (R$ 50 mil a cada um).

O promotor André Sperling, do MP-MG (Ministério Público de Minas Gerais), e a defensora pública Carolina Morishita, da Defensoria mineira, também afirmam que a Vale não iniciou o pagamento da ajuda emergencial acordada em audiência realizada em Belo Horizonte no dia 20 de fevereiro.

Na ocasião, ficou definido que a Vale pagará, ao longo de um ano, um salário mínimo mensal por adulto; meio salário mínimo por adolescente; e um quarto de salário por criança. Os valores serão contados a partir do dia 25 de janeiro, data da tragédia em Brumadinho.

*Com reportagem de Bernardo Barbosa, do UOL em São Paulo

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