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Castro: Região dos complexos virou 'hotel de luxo' para chefes de facções

14.jun.2021 - Governador do Rio, Cláudio Castro, em inauguração do programa Bairro Seguro -  WALLACE SILVA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
14.jun.2021 - Governador do Rio, Cláudio Castro, em inauguração do programa Bairro Seguro Imagem: WALLACE SILVA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

25/05/2022 18h35Atualizada em 27/05/2022 22h16

Governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) publicou hoje (25) nas redes sociais que no Complexo da Penha, onde ao menos 23 pessoas foram mortas ontem após operação policial, funciona o "coração" da maior facção criminosa do estado. Castro afirmou que o local, na zona norte da capital fluminense, "virou hotel de luxo" de chefes de outras facções.

"Ali bate o coração da maior facção criminosa do estado. A mesma que espalha o terror e o medo na sociedade. Ali virou hotel de luxo para chefes de fações criminosas de outros estados do Brasil", escreveu ele na postagem.

A ação policial de ontem, feita na Vila Cruzeiro —uma das 13 favelas que integra o Complexo da Penha—, foi uma das mais letais da história do estado, atrás da operação no Jacarezinho, ocorrida em maio de 2021, com 28 mortos. Em janeiro de 1998, em Duque de Caxias, foram 23 mortos.

A Polícia Militar alega que a ação na Vila Cruzeiro foi necessária porque houve aumento de lideranças criminosas de outros estados em comunidades do Rio após uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que limita as operações policiais em comunidades no estado durante a pandemia de covid-19.

Ainda segundo a PM, a ação era planejada há meses e foi executada ontem para impedir que criminosos do CV (Comando Vermelho) se movimentasse da Vila Cruzeiro para a Rocinha.

Na postagem feita hoje, Castro afirma que na semana passada um helicóptero particular foi alvo de tiros de fuzis na região dos complexos. "Na oportunidade, não vi nenhum especialista defender os cidadãos de bem", disse.

"Política de segurança no Rio de Janeiro, infelizmente, exige do poder público demonstração de força e autoridade. Confronto, numa palavra. Coragem, noutra", escreveu.

Em apenas um ano de gestão de Castro no RJ foram registradas 182 mortes em 40 chacinas. O levantamento foi feito pelo UOL com base em dados fornecidos pelo Instituto Fogo Cruzado e pelo Geni (Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos, ligado à UFF, Universidade Federal Fluminense). As pesquisas na área de segurança pública consideram como chacina todas as ações com ao menos três mortes.