Paes, Crivella e Cristiane: em 4 dias, ações atingem 3 pré-candidatos no RJ
Em um intervalo de apenas quatro dias, investigações do MP-RJ (Ministério Público do Rio) atingiram três pré-candidatos à Prefeitura do Rio. Hoje de manhã, a ex-deputada federal Cristiane Brasil (PTB) teve a prisão preventiva decretada em uma investigação que apura desvios de até R$ 30 milhões no governo do RJ e na prefeitura da capital.
Ontem (10), o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) figurou entre os investigados em outra operação que apura suspeitas de corrupção na Prefeitura do Rio. Na terça-feira (8), o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) se tornou réu em investigação por corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Além do trio, revelações de reportagem do UOL Esporte podem implicar Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo, e afetar a chapa da pré-candidata Martha Rocha (PDT).
Cristiane Brasil
Ela está entre os alvos da segunda fase da Operação Catarata, que investiga fraudes em contratos de licitação da Fundação Leão 13 —vinculada ao governo do RJ e voltada a ações para pessoas de baixa renda. São investigados contratos relativos a atendimentos oftalmológicos.
De acordo com o MP, o grupo criminoso utilizava-se de empresas compostas por familiares, empregados e pessoas próximas, assim como de OSs (Organizações Sociais), para conferir aparência de competitividade e fraudar licitações. Ex-secretário estadual de Educação, Pedro Fernandes (PSC) foi preso hoje, suspeito de envolvimento nos supostos desvios do dinheiro público.
Filha do ex-deputado Roberto Jefferson e pré-candidata à Prefeitura do Rio nas eleições de novembro, ela chegou a ser cogitada para ser ministra do governo Jair Bolsonaro (sem partido). Em nota, Cristiane afirmou ser vítima de "perseguição politica". A defesa de Fernandes não foi localizada.
Marcelo Crivella
A Polícia Civil e o MP-RJ cumpriram ontem 22 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e funcionais de agentes públicos municipais e empresários. Entre os locais, estava a sede da Prefeitura do Rio e a casa de Crivella, na zona oeste do Rio, onde foi apreendido um celular.
Além do prefeito, membros do primeiro escalão são investigados no desdobramento da primeira fase da Operação Hades, de 10 de março. A ação mira o chamado "QG da Propina" da Prefeitura do Rio —suposto esquema de propina para agilizar pagamentos de dívidas junto ao poder público.
As investigações se baseiam em acordo de colaboração premiada do doleiro Sérgio Mizrahy, preso na operação Câmbio, Desligo. Em nota, Crivella disse ter estranhado a operação, após ter colocados seus dados à disposição do MP-RJ.
Eduardo Paes
Denunciado pelo MP-RJ por corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, o ex-prefeito recebeu mais de R$ 10 milhões da Odebrecht, segundo as investigações.
De acordo com o MP-RJ, os valores, destinados à campanha eleitoral de 2012, foram entregues em espécie a uma agência de publicidade e não contabilizados, o que configura crime de caixa dois. Na terça, Paes foi alvo de um mandado de busca e apreensão, cumprido na casa onde mora, na zona sul do Rio, e também se tornou réu.
A denúncia é um desmembramento de acordos de colaboração firmados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) com executivos da Odebrecht. O MP-RJ afirma que, além dos conteúdos das delações, a denúncia se embasa em um "grande volume de provas obtidas de fontes independentes". A promotoria eleitoral recebeu todo o material dessa investigação em maio.
Paes acusou adversários políticos de utilizar "instrumentos da Justiça" para prejudicar a sua imagem às vésperas das eleições municipais e completou dizendo que "não vão intimidá-lo".
Eduardo Bandeira de Mello
Trocas de e-mails obtidas pelo UOL Esporte evidenciam que o Flamengo sabia de riscos em função da precariedade das instalações elétricas do Ninho do Urubu desde 11 de maio de 2018 —nove meses antes do incêndio no alojamento do centro de treinamento que matou dez meninos das categorias de base do clube após um curto-circuito em um dos aparelhos de ar-condicionado.
A ideia inicial do clube, ainda durante a gestão de Eduardo Bandeira de Mello, era ter o novo CT da base em 2018, substituindo as instalações verificadas. Mas as novas e definitivas instalações não ficaram prontas no tempo planejado.
Ex-presidente do Flamengo e cotado para compor uma chapa à Prefeitura do Rio com Martha Rocha (PDT), Eduardo Bandeira de Mello disse que alguns assuntos não chegavam à cúpula do clube.
Em fevereiro, durante depoimento à CPI que apura o caso na Alerj, Bandeira já havia batido na tecla de que não tinha ciência de tudo que ocorria no Ninho do Urubu. Ele é investigado nesta CPI e pelo MP-RJ.
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