Para rebater ataque, Rodrigo sobe tom contra Tarcísio e cita Collor e Cunha
O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), candidato à reeleição, tem subido o tom contra seu principal adversário, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na reta final da campanha. As pesquisas apontam que os dois disputam uma vaga no segundo turno.
Levantamento do Datafolha publicado na quinta-feira (15) mostra Fernando Haddad (PT) liderando as intenções de voto, com 36% das citações. Rodrigo subiu quatro pontos porcentuais e empatou tecnicamente em segundo lugar com Tarcísio —eles marcaram 19% e 22%, respectivamente.
O tucano, que sempre se apresentou ao público como a terceira via em São Paulo, vem ajustando o tom moderado com ataques ao candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) em declarações e campanhas publicitárias na TV e no rádio. Tarcísio, por sua vez, tem criticado a gestão tucana no estado e chamado o governador de "Rodrigo Doria", numa tentativa de colar o tucano a seu antecessor.
Foco em mulheres. O candidato à reeleição tem explorado o elo de Tarcísio com o deputado estadual bolsonarista Douglas Garcia (Republicanos), que tentou intimidar a jornalista Vera Magalhães depois do debate realizado pelo UOL em parceira com a Folha de S.Paulo e a TV Cultura, na última terça-feira (13).
Após Tarcísio se desculpar com a jornalista e dizer que "mal conhecia" o parlamentar, Rodrigo publicou um vídeo nas redes sociais em que seu adversário aparece pedindo votos para o deputado, que tenta uma vaga na Câmara.
Desde o episódio, Rodrigo tem apostado em programas eleitorais voltados ao eleitorado feminino e exibiu em um deles um trecho do ataque à jornalista. "Esse aí é o deputado do partido e aliado do candidato Tarcísio aqui em São Paulo", diz o tucano em um dos vídeos.
Douglas Garcia já foi alvo de ao menos três pedidos de cassação na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).
O UOL apurou que no debate de hoje (17) organizado por SBT, Veja, O Estado de S.Paulo, rádio Nova Brasil e portal Terra, o governador deve comparecer acompanhado apenas por mulheres.
Cunha, Collor e prefeito acusado de elo com PCC. Nas últimas semanas, a campanha tucana passou a intensificar os ataques ao candidato do Republicanos e exibir vídeos vinculando Tarcísio a figuras incômodas.
Uma delas é o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, cassado e preso na Operação Lava Jato em 2016. Ele se lançou como deputado federal por São Paulo pelo PTB e dividiu o palco com Bolsonaro e Tarcísio na convenção que o lançou a candidato ao Palácio dos Bandeirantes, no fim de julho.
Tarcísio já foi questionado por seus adversários sobre a presença de Cunha num eventual governo e respondeu que, se eleito vai escolher nomes técnicos —mas evitou falar sobre o ex-deputado.
O tucano também compartilhou nas redes sociais um vídeo em que Tarcísio pede votos para o ex-presidente Fernando Collor, candidato ao governo de Alagoas. Na gravação, Tarcísio elogia Collor, dizendo que ele é "um dos maiores políticos que já tivemos", e que deixou "um grande legado".
As propagandas de Rodrigo também exibem o presidente do PSD, Gilberto Kassab —antigo aliado do tucano que agora apoia a candidatura de Tarcísio— e os filhos de Bolsonaro. O locutor afirma que o grupo pretende governar com Tarcísio.
A mesma peça publicitária também exibe um vídeo que mostra o deputado estadual Frederico D'Ávila (PL), aliado de Tarcísio, xingando o papa Francisco de "vagabundo".
Conforme a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, a campanha tucana também passará a exibir neste fim de semana um vídeo que mostra o encontro de Tarcísio com o prefeito de Embu das Artes, Ney Santos (Republicanos), que já foi preso e é acusado de ter ligações com o PCC (Primeiro Comando da Capital).
'Rodrigo Doria'. O governador foi o principal alvo de Tarcísio e Haddad durante o debate realizado na terça. Embora também tenham trocado ataques entre si, os dois centraram as críticas no tucano e tentaram colar sua imagem à de Doria.
Tarcísio também questionou o governador sobre as obras paralisadas no estado e nas redes sociais tem chamado o adversário de "Rodrigo Doria".
A associação com o ex-governador é vista como "o calcanhar de Aquiles" da campanha de Rodrigo. Doria deixou o governo em março deste ano com alta taxa de rejeição para concorrer à Presidência, mas desistiu meses depois, diante de seu isolamento no PSDB.
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