Quem venceu último debate entre Nunes e Boulos na Globo? Colunistas opinam
O debate da Globo realizado na noite desta sexta (25) foi o último encontro entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) antes das eleições no segundo turno. Candidatos repetiram acusações de corrupção e extremismo.
Veja quem ganhou e quem perdeu, na avaliação de colunistas do UOL:
Andreza Matais
Quem ganhou o debate foi Ricardo Nunes (MDB). Com vantagem nas pesquisas, o prefeito reconheceu que o adversário conhece a cidade e fez Boulos afirmar que manterá as políticas que ele iniciou, caso seja eleito.
Em busca de votos, Boulos se comportou como a criança que passa o dia falando: "Mãeeee, olha o que ele fez". Na versão adulta, o "mãeeee" virou "vocês viram, né, gente...".
O xeque-mate, porém, veio quando Nunes tirou de Boulos a chance de usar sua vice, Marta Suplicy (PT), como cabo eleitoral. Ao pedir que ela explicasse como liderou o impeachment de Dilma, silenciou Boulos.
Leonardo Sakamoto
Boulos ganhou o debate da TV Globo, mas, a dois dias da eleição, precisava de um nocaute. Provocou Nunes, tentando provar a tese de que o prefeito não tem postura firme, o que refletiu no apagão. "Ele não sabe andar de bicicleta sem duas rodinhas: Tarcísio e Bolsonaro", disse o deputado em certo momento. Chamou-o várias vezes de fujão e cobrou, de novo, a publicização de seu sigilo bancário. Nunes demonstrou nervosismo, dando respostas confusas. Dessa forma, socou a si mesmo.
A pressão gerou o momento mais vergonhoso do debate: o mediador da TV Globo, César Tralli, repreendeu Nunes por estar mexendo no celular durante o debate, tal qual um professor dá bronca em um aluno que cola na prova.
Contra a gestão Ricardo Nunes pesa uma série de acusações sobre irregularidades em licitações, segundo inquéritos do Ministério Público e reportagens da imprensa, como o próprio UOL. Guilherme Boulos tentou trazer as questões para o debate, como superfaturamento e máfia das creches. Mas nada de novo. Nunes cambaleou, mas não foi à lona.
Matheus Pichonelli
Guilherme Boulos (PSOL) entrou em campo para atacar Ricardo Nunes (MDB) e cumpriu o script: elencou suspeitas relacionadas à administração do atual prefeito, voltou a chamá-lo de gestor sem pulso, e ainda o acusou de não saber andar de bicicleta sem rodinha — uma roda era Jair Bolsonaro (PL) e outra, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Nunes, que tem vantagem nas pesquisas e jogava pelo empate, entrou para se defender e perder de pouco.
Ele se atrapalhou e foi advertido por usar cola e até celular para apresentar números, e de fato gaguejou e repetiu os mesmos mantras quando questionado. Mas, mesmo sem brilho, também conseguiu o que queria: mandou a bola para o mato e não cometeu nenhum deslize que deva custar a reeleição. Até perdeu. Mas não pela goleada que o adversário precisava para reverter a desvantagem.
Raquel Landim
O candidato do PSOL, Guilherme Boulos (PSOL), encaixou algumas perguntas diretas sobre a vida do paulistano que desconcertaram o prefeito Ricardo Nunes (MDB) no debate da TV Globo.
Logo no início do confronto, Boulos questionou Nunes sobre o custo para fazer uma oração no serviço funerário privatizado pelo prefeito. Nunes não sabia responder. Fora isso, os candidatos mantiveram suas estratégias. Nunes atuava para reforçar a rejeição de Boulos com temas como segurança pública, drogas, falta de experiência.
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Quero receberNesse último confronto, Boulos pode ter vencido por pontos, mas dificilmente tirou a diferença que as pesquisas de intenção de votos mostram. Só saberemos quando contabilizarem os votos nas urnas no domingo.
Josias de Souza
Guilherme Boulos foi melhor que Ricardo Nunes no último debate. Não conseguiu, porém, vencer a guilhotina do tempo. Cuidou bem dos minutos. Mas as horas ainda passam. À beira da urna, Boulos precisaria parar o relógio para permitir que chegasse antes da eleição a intersecção das retas que apontam a sua lenta subida e o tímido recuo do adversário nas pesquisas.
Na Globo, não bastava a Boulos o bom desempenho. Precisava provocar no rival um apagão semelhante ao que tirou Joe Biden da corrida presidencial americana. Chamado de fraco e corrupto, Nunes atrapalhou-se com os papeis. Levou um pito do mediador ao consultar o celular. Nem por isso deixou de executar as encomendas que recebeu de sua marquetagem.
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