Topo

Chega ao fim velório de Chávez na Academia Militar em Caracas

Do UOL, em São Paulo

15/03/2013 11h21

Foram encerradas na manhã desta sexta-feira (15) as visitas ao salão de honra da Academia Militar em Caracas, na Venezuela, onde era velado o corpo de Hugo Chávez. Durante nove dias, filas quilométricas se formaram para que os visitantes realizassem a última homenagem ao presidente venezuelano, morto no dia 5 de março.

Felix Bolívar, militante do Partido Comunista da Venezuela (PCV), foi a última pessoa da fila que entrou no salão Simón Bolívar para se despedir de Chávez. Um grupo entoou o grito de "viva Chávez! a luta continua" ao se fecharem as portas, às 2h35 da madrugada de hoje no horário da Venezuela (4h de Brasília).

Segundo informações da Agência Venezuelana de Notícias, o corpo de Chávez será levado ainda na manhã desta sexta para Quartel da Montanha, no bairro de 23 de Janeiro, onde será instalado no Museu da Revolução.

Despedida continua

Milhares de venezuelanos se concentraram desde cedo ao redor da Academia Militar, de onde será levado o caixão do falecido presidente Hugo Chávez ao Quartel da Montanha. 

O caixão será levado em uma comitiva do Forte Tiuna, o principal destacamento militar de Caracas e onde fica a Academia Militar, em um percurso de mais de 18 quilômetros que deveria começar por volta das 10h30 hora local (12h de Brasília).

No Paseo de Los Próceres, próximo à Academia, foram dispostas arquibancadas que desde cedo estão se enchendo.
A comitiva com o caixão passará pelo meio dessa avenida diante das arquibancadas, como ocorre habitualmente com os desfiles militares em Caracas.

Mais tarde, percorrerá a estrada até entrar no popular bairro de 23 de Janeiro, por onde entrará até o Quartel da Montanha, onde Chávez montou seu posto de comando durante o fracassado golpe de Estado de 1992 contra o então presidente Carlos Andrés Pérez e onde seus restos repousarão temporariamente a partir de agora.
Como na sexta-feira passada, hoje é feriado em Caracas e os dois Estados vizinhos à capital, o que inclui a suspensão de classes e também o fechamento de bancos.

Várias ruas da cidade, como a que leva ao aeroporto internacional de Maiquetía, estão fechadas desde as 6h locais (7h30) pelo cortejo fúnebre. 

 

Chávez não será embalsamado

O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, admitiu na quarta-feira (15) que será “bastante difícil” embalsamar o corpo de Hugo Chávez, como o governo havia anunciado após a morte do líder venezuelano, porque os procedimentos necessários deveriam ter começado "muito antes".

"Recebemos cientistas do mais alto nível, os melhores do mundo, de Rússia e Alemanha (...) e as notícias e opiniões nos dizem que será bastante difícil porque os preparativos deveriam ter começado muito antes", disse Maduro durante um ato transmitido pela TV estatal.

No dia 7 de março, em meio ao clamor popular, Maduro anunciou que Chávez seria embalsamado para ser visto "para sempre" pelos venezuelanos. A ideia era fazer o mesmo que foi feito com Lenin, Ho Chi Minh e Mao Tse Tung.

O Parlamento debaterá a partir de terça-feira uma emenda constitucional para permitir que Chávez descanse no Panteão Nacional, junto ao libertador Simón Bolívar. Segundo a Constituição, são necessários 25 anos após o falecimento para se trasladar um herói ao Panteão Nacional.