Após cortejo, corpo de Chávez é velado na capela da Academia Militar
O cortejo fúnebre do presidente venezuelano Hugo Chávez saiu no final da manhã desta quarta-feira (6) do hospital militar de Caracas e chegou à capela da Academia Militar de Caracas por volta das 18h, onde o corpo será velado até sexta-feira (8), na presença de familiares, dirigentes e milhares de seguidores que choravam a morte de seu chefe de Estado.
Chávez será enterrado às 10h (11h de Brasília) de sexta-feira.
Uma missa começou a ser celebrada por volta das 20h, no Salão de Honra da Academia Militar de Caracas. A presidente da Argentina, Cristina Kichner, acompanhou a cerimônia em homenagem a Chávez em uma das primeiras fileiras, ao lado do presidente uruguaio, José Mujica, e do presidente da Bolívia, Evo Morales, segundo a rede de TV venezuelana Telesur.
Nícolas Maduro, presidente interino que assumiu nesta quarta-feira (6) até que sejam convocadas novas eleições, acompanha a cerimônia ao lado do caixão de Hugo Chávez, assim como a família do presidente, que foi aplaudida ao se aproximar do corpo para uma oração.
Após a cerimônia, a capela foi aberta ao público que, separados por uma faixa de isolamento, puderam passar, em fila, ao lado do corpo do líder bolivariano.
Envolvido na bandeira da Venezuela, o caixão foi levado do hospital por membros da Guarda de Honra e posteriormente colocado em um carro fúnebre acompanhado por militares, seguidores e familiares, entre eles a mãe do presidente, Elena de Chávez, após uma breve cerimônia religiosa que começou com a execução do hino nacional.
O vice-presidente da Venezuela Nicolás Maduro encabeçava a última marcha de Chávez com seu povo, seguido pelo presidente boliviano, Evo Morales.
Milhares de pessoas se amontoaram ao lado do veículo que transportava o caixão, coroado com flores amarelas e brancas e protegido por integrantes da Guarda Honra Presidencial, e que fez um percurso de 6,3 quilômetros antes de chegar à Academia Militar, no oeste da capital.
Durante o cortejo, apoiadores de Chávez gritaram as palavras de ordem "Chávez ao Panteão", num pedido para que os restos mortais do presidente fossem sepultados no Panteão Nacional, mausoléu destinado a personalidades ilustres da Venezuela. O local abriga os restos mortais de Simón Bolívar, herói da independência do país.
O coro repetia um pedido feito por partidários de Chávez que lhe prestaram homenagem reunidos na praça Bolívar de Caracas, na terça-feira (5).
"Venho expressar meu último adeus ao meu presidente. Não haverá outro como Chávez, é o maior homem que já nasceu nesta pátria", afirmou à agência AFP José Gregorio Conde, 34, que trabalha em uma escola de Caracas.
Sucessor
Muitos dos presentes no cortejo afirmaram que seguirão o pedido de Chávez para que o vice-presidente Nicolás Maduro fosse escolhido presidente nas eleições que devem ser convocadas em um prazo de 30 dias.
Nesta quarta-feira (6), Maduro assumiu como presidente interino até que sejam convocadas novas eleições.
"Se Deus quiser, vamos continuar a última vontade de meu presidente e votaremos em Maduro, não podemos deixar que tudo se perca, o que ele conquistou, nos dar educação, casas novas, alimentos... tantas coisas que fez", disse Mairis Briceño, 21, em cuja camiseta vermelha havia uma foto de Chávez abraçando uma idosa junto à frase: "Amor com amor se paga".
"Se ele (Chávez) o escolheu (Maduro) é porque sabe que pode fazer algo de bom pela Venezuela", disse o marido de Mairis, Aldemar Castro, um pedreiro de 29 anos que afirmou lhe faltarem palavras para expressar seus sentimentos, razão pela qual colocou uma camiseta com a frase: "Chávez sempre viverá em meu coração".
Velório
O corpo do presidente será velado por três dias na Academia Militar. O enterro deve ocorrer na sexta-feira (8), mas o governo venezuelano não divulgou ainda o local do sepultamento.
As homenagens a Chávez começaram durante a manhã com 21 tiros de canhão disparados em todas as unidades militares da Venezuela.
"[O caixão] será escoltado por quatro [militares] em cavalos. Cerca de 15 metros adiante, um outro cavalo será conduzido por um oficial a pé das Forças Armadas. O animal [sem ninguém montado nele] representará o chefe que não está mais conosco", detalhou o ministro da Defesa, Diego Molero Bellavia.
Ele disse ainda que canhões serão disparados a cada hora em todo o país até o dia do enterro de Hugo Chávez.
O chanceler da Venezuela, Elías Jaua, explicou, em pronunciamento transmitido pela TV, que a academia foi o local escolhido para a despedida por ser "o berço da revolução bolivariana" e "o lugar onde nasceu o presidente Chávez", como o próprio chefe de Estado manifestara.
Jaua indicou que a transferência será "acompanhada por todo o povo" e passará, entre outros locais, pela avenida dos Próceres, no oeste da cidade, cenário de diversos desfiles militares.
Morte
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, morreu aos 58 anos nesta terça-feira (5), vítima de um câncer na região pélvica, com o qual convivia há um ano e meio.
Desde que sua enfermidade foi diagnosticada, em junho de 2011, Chávez passava longos períodos em Cuba, onde tratava a doença.
O anúncio oficial da morte de Chávez foi feito por volta das 17h25 no horário local (18h55 no horário de Brasília) desta terça-feira (5) pelo vice-presidente venezuelano Nicolás Maduro. No mesmo pronunciamento, Maduro confirmou que Chávez morreu às 16h25 (17h55h no horário de Brasília). (Com agências internacionais)
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