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Corpo de Chávez não pode ser embalsamado por erro no uso do formol, diz especialista

Do UOL, em São Paulo

15/03/2013 15h17

A especialista venezuelana em patologia Antonieta De Dominicis disse ao jornal El Nacional que o corpo do presidente venezuelano Hugo Chávez poderia ter sido embalsamado se tivesse sido usado formol de maneira mais apropriada. No período em que o corpo de Chávez, morto no dia 5 de março, esteve na Academia Militar em Caracas, onde era velado, foram realizados três procedimentos de injeção de formol no cadáver, segundo o El Nacional.

A técnica de embalsamamento consiste na injeção de formaldeído – conhecido comumente como formol – através das artérias, para evitar a descomposição do corpo. 

O que foi feito com Chávez foi uma preparação transitória, com aplicação de formol suficiente para os dias do velório, diz a especialista.

Segundo ela, a decomposição do corpo teve início provavelmente após os primeiros cinco dias de velório, o que impossibilitou o processo de embalsamamento.

"Para este procedimento, o formol é o mais indicado, porque tem todas as propriedades: é conservante, anti-séptico, desodorizante e é também mais barato", explicou.

De Dominicis diz que o país tem apenas dois peritos para realizar o embalsamento e que um deles trabalha para uma funerária que teria preparado o corpo de Hugo Chávez. "Se é uma preparação temporária, podem fazer os funcionários de uma funerária. Mas o processo de embalsamamento é feito apenas por patologistas forenses e médicos", disse a especialista.

Durante as aplicações de formol no corpo de Chávez, confiadas a um especialista da funerária Valles, foi suspensa a entrada de visitantes que faziam fila no local para se despedir do líder venezuelano. As intervenções tinham duração de três a quatro horas e eram realizadas durante a madrugada.

O governo acompanhou o procedimento "por razões de segurança", de acordo com fontes do palácio de Miraflores, sede do executivo. Os responsáveis diretos pelo velório foram a Casa militar e a ministra de Despacho e Seguimento da Gestão do Governo, almirante Carmen Meléndez. Foi ela quem, por ordem do presidente interino Nicolás Maduro, estabeleceu contatos com especialistas estrangeiros em embalsamento de corpos para consultar se era possível embalsabar o corpo de Chávez.

Segundo informou o El Nacional, os especialistas consultados afirmaram que era necessário que processo de embalsamento começasse na noite do falecimento do líder venezuelano. 

Chávez não será embalsamado

O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, admitiu na quarta-feira (15) que será “bastante difícil” embalsamar o corpo de Hugo Chávez, como o governo havia anunciado após a morte do líder venezuelano, porque os procedimentos necessários deveriam ter começado "muito antes".

"Recebemos cientistas do mais alto nível, os melhores do mundo, de Rússia e Alemanha (...) e as notícias e opiniões nos dizem que será bastante difícil porque os preparativos deveriam ter começado muito antes", disse Maduro durante um ato transmitido pela TV estatal.

No dia 7 de março, em meio ao clamor popular, Maduro anunciou que Chávez seria embalsamado para ser visto "para sempre" pelos venezuelanos. A ideia era fazer o mesmo que foi feito com Lenin, Ho Chi Minh e Mao Tse Tung.

O Parlamento debaterá a partir de terça-feira uma emenda constitucional para permitir que Chávez descanse no Panteão Nacional, junto ao libertador Simón Bolívar. Segundo a Constituição, são necessários 25 anos após o falecimento para se trasladar um herói ao Panteão Nacional.

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