Partidários de Capriles montam barricadas e fazem panelaço em bairro nobre de Caracas
Partidários do candidato derrotado à presidência da Venezuela Henrique Capriles saíram, no começo da noite desta segunda-feira (15), as ruas do bairro de Altamira, no município de Chacao, na Grande Caracas, para protestar contra o resultado da eleição de domingo (14) que elegeu o chavista Nicolás Maduro.
Além de fazerem um panelaço, os manifestantes, que consideram a eleição fraudulenta, também montaram barricadas no meio da avenida Francisco de Miranda e da Praça França. A Guarda Nacional Bolivariana chegou montar guarda em algumas ruas e disparar bombas de gás lacrimogêneo nos manifestantes.
No entanto, o presidente Nicolás Maduro pediu, em discurso na TV, para que a guarda saísse da região e deixou a segurança do local sob responsabilidade do governo municipal de Chacao, que é oposicionista, e do Estado do Miranda, que é governado por Capriles.
A reportagem do UOL chegou a testemunhar a explosão de uma bomba em uma das ruas. Por sorte, ninguém ficou ferido.
Durante o protesto, os manifestantes gritavam palavras de ordem e cantavam coisas como “vai cair, vai cair, o governo vai cair” e “cada vez mais mil chega por Capriles”.
Por causa da manifestação, o metrô e as linhas de ônibus da região foram suspensas. Os restaurantes e o comércio fecharam as portas.
Segundo a oposição, outras cidades venezuelanas e regiões da Caracas também estão protestando.
Capriles havia convocado panelaço durante pronunciamento
Capriles havia convocado um "panelaço" de protesto contra a proclamação do candidato chavista, que foi anunciada pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) na tarde desta segunda-feira (15).
O protesto foi convocado durante uma coletiva de imprensa do candidato oposicionista. Durante seu pronunciamento, Capriles disse que o CNE proclamou "uma pessoa ilegítima" como presidente do país, porque não fez a recontagem dos votos antes de tomar esta ação.
Além disso, Capriles pediu que seus eleitores se mobilizem nesta terça-feira (16) para ir "a cada escritório, cada junta regional eleitoral do país, em todos os Estados", e pedir formalmente que os votos de cada urna sejam recontados.
Capriles disse que essa era a primeira parte dos próximos passos tomados para pedir a recontagem total dos votos.
Avisou a seus eleitores "e a todos aqueles interessados em saber a verdade do que aconteceu na Venezuela" que, de posse de todos os protocolos e requerimentos feitos por todo país, irá entregar ao CNE na quarta-feira (17) o pedido formal de recontagem dos votos, "acompanhado de quem puder estar do meu lado nesta caminhada".
O candidato oposionista disse que "aceitará qualquer resultado que resulte da recontagem", mas que se não for atendido no pedido de recontar "cada voto de cada urna do país", irá recorrer a "instituições internacionais".
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