Topo

Suspeito de enviar cartas com veneno é preso no Mississippi (EUA), diz TV

Imagem divulgada pelo Centro Nacional de Contra-terrorismo dos EUA mostra caroços (sementes) de mamona, acima, e caroços de feijão, abaixo. Da semente da mamona é extraída a ricina, substância tóxica letal para a qual não há antídoto após a aspiração ou ingestão - National Counter Terrorism Centre/Reuters
Imagem divulgada pelo Centro Nacional de Contra-terrorismo dos EUA mostra caroços (sementes) de mamona, acima, e caroços de feijão, abaixo. Da semente da mamona é extraída a ricina, substância tóxica letal para a qual não há antídoto após a aspiração ou ingestão Imagem: National Counter Terrorism Centre/Reuters

Do UOL, em São Paulo

17/04/2013 21h13Atualizada em 17/04/2013 22h01

Um homem foi preso na noite desta quarta-feira (17) suspeito de ter ligação com o envio de cartas com veneno para o presidente dos EUA Barack Obama e para o senador Roger Wicker, informou a rede de TV "CNN". O suspeito, identificado como Paul Kevin Curtis, segundo o jornal "The New York Times", foi detido em Tupelo, Mississippi (EUA).

A prisão foi baseada em informações coletadas há bastante tempo. Tupelo é a cidade do senador Wicker. As cartas estavam assinadas com: "Eu sou KC, e eu aprovo essa mensagem".

A rápida prisão, apenas dois dias após a primeira carta ser interceptada, vem para acalmar os ânimos da população americana que vem relembrando, após o atentado na Maratona de Boston, a tragédia de 11 de Setembro de 2001, ataques terroristas, cartas com antraz que foram enviadas a meios de comunicação e a dois senadores democratas, e que mataram cinco pessoas e deixaram 17 feridas.

O FBI confirmou hoje que testes preliminares apontaram a presença da substância letal ricina em uma carta enviada a Obama. O envelope, recebido ontem no centro de distribuição postal da Casa Branca, situado fora do complexo presidencial, foi interceptado pelo Serviço Secreto norte-americano.

A ricina é uma substância altamente tóxica, de origem vegetal, encontrada na semente de mamona. Não há antídoto após a aspiração ou ingestão do veneno.

O FBI informou ainda que novos testes estão sendo feitos no material colhido e que o resultado definitivo deve ser conhecido em até 48 horas.

"Sempre que os testes indicam a possibilidade de um agente biológico, o material é enviado a um laboratório para análise posterior. Somente um exame completo pode determinar a presença de um agente biológico como a ricina. Estes testes já estão sendo feitos e costumam demorar de 24 a 48 horas", diz o comunicado do FBI.

A mesma substância foi encontrada ontem em uma carta enviada ao senador republicano Roger Wicker, que representa o Mississipi --o envelope também foi interceptado pelas autoridades.

O envio das cartas ocorre um dia depois que explosões em locais próximos à linha de chegada da Maratona de Boston deixaram três mortos e 176 feridos. O FBI afirma, porém, que por enquanto não há evidências de conexão entre os casos.

Congresso esvaziado

A polícia do Congresso dos EUA esvaziou partes de dois edifícios do Senado, nesta quarta-feira, devido a preocupações com cartas e um pacote suspeitos.

Partes do edifícios Russell e Hart foram esvaziadas enquanto as autoridades investigam as ameaças, disse um porta-voz da polícia do Capitólio.

Policiais estão analisando um pacote suspeito no edifício Hart e também envelopes no edifício Russell, além de estarem interrogando uma pessoa envolvida com as suspeitas, disse o porta-voz.

Carta enviada a senador

De acordo com a agência de notícias Reuters, o sargento do Senado, Terrance Gaines, informou que a carta enviada ao senador Wicker foi postada em Memphis, no Tennessee, e não tinha remetente.

Na ocasião, senadores disseram a repórteres que o incidente lembrou os ataques com antraz ocorridos após os atentados contra as torres do World Trade Center e contra o Pentágono, em 11 de setembro de 2001.

"Não sei se é uma coincidência. É muito cedo para dizer. Não sabemos o suficiente sobre Boston", disse ontem o senador Richard Durbin, o segundo principal democrata no Senado.