Queda do voo MH17 faz EUA, Rússia e Alemanha pedirem cessar-fogo na Ucrânia
Autoridades dos governos dos Estados Unidos, Alemanha e da Rússia conversaram neste sábado e prometeram atuar em conjunto para acabar com as hostilidades na Ucrânia, onde um avião com 298 pessoas a bordo caiu sob suspeita de ter sido abatido por um míssil na última quinta-feira (17).
Monitores internacionais que estão no local para investigar as causas do acidente afirmam que rebeldes pró-Rússia estão limitando os trabalhos na área.
O secretário de Estado norte-americano John Kerry e o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, conversaram hoje, por telefone, e concordaram sobre a necessidade de um cessar-fogo na região para que as investigações sobre o acidente e o resgate dos corpos sejam feitos.
De acordo com um comunicado emitido pela chancelaria russa, Kerry e Lavrov "consideraram imprescindível garantir uma investigação internacional absolutamente sem impedimentos, independente e aberta sobre a catástrofe do avião malaio”.
Ainda de acordo com o comunicado emitido pelo governo russo, Kerry e Lavrov também concordaram que "todas as provas, incluindo as caixas-pretas, devem ser proporcionadas para seu estudo no marco da investigação internacional, e que no terreno é preciso garantir todas as condições necessárias para o acesso dos especialistas".
Ainda neste sábado, a chanceler alemã, Angela Merkel, falou por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, sobre o caso. Segundo a rede de TV CNN, Merkel pediu a Putin que exerça seu poder de influência sobre os rebeldes que atuam no leste da Ucrânia para permitir o livre acesso de monitores e investigadores à área da queda do acidente.
De acordo com um porta-voz do governo alemão, Putin e Merkel concordaram com a importância de um cessar-fogo entre rebeldes separatistas e forças ucranianas.
A queda do voo MH17 na região leste da Ucrânia colocou o governo russo no centro de uma crise diplomática. Os governos dos Estados Unidos e da Ucrânia acusam separatistas pró-Rússia de terem abatido o Boeing 777 com um míssil solo-ar.
Ucranianos afirmam que os rebeldes tiveram acesso a lançadores de mísseis capazes de atingir uma aeronave a cerca de 10 mil metros de altitude, mesma altitude em que o MH17 voava antes de cair.
Putin negou qualquer envolvimento de seu governo na queda do avião e acusou, segundo a rede CNN, a campanha militar ucraniana contra os rebeldes como a causa da tragédia que matou 298 pessoas.
Longe das conversas diplomáticas, monitores da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) estão na região da queda do avião e reclamam da ação de rebeldes. Eles reclamam que os rebeldes estão impedindo o livre acesso dos monitores e investigadores a todas as áreas da queda.
"Se vocês não me deixaram fazer meu trabalho, me queixarei a (Aleksandr) Borodai", disse o suíço Alex Hug, chefe da missão internacional da OSCE para a Ucrânia, se referindo ao líder dos insurgentes pró-russos.
O clima de tensão ficou ainda mais acirrado depois que o governo da Ucrânia acusou neste, sábado (19), os rebeldes pró-Rússia, que controlam a região onde o voo MH17 da Malaysia Airlines foi derrubado por um míssil na última quinta-feira (16), de tentar destruir as evidências de "crimes internacionais" e remover 38 corpos do local do incidente.
"Milicianos armados afastaram as equipes de resgate e os deixaram sem meios de comunicação. Levaram os corpos em um caminhão. De acordo com os milicianos, os corpos serão levados para a cidade de Donetsk", informou uma fonte do governo da região onde aconteceu o acidente.
Neste sábado, o primeiro-ministro holandês, Mark Ratte, disse estar ‘furioso’ com a forma como os corpos das vítimas estão sendo manuseados no local do acidente. De acordo com monitores internacionais, rebeldes pró-Rússia estão limitando a ação da equipes de resgate e investigação. A Holanda é o país de procedência de 193 das 298 vítimas da queda do voo MH17.
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