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Irmãos suspeitos de atentado são vistos no norte da França

Faixa isola posto de gasolina em Villers-Cotterets, a nordeste de Paris, onde os suspeitos do ataque contra a revista "Charlie Hebdo" foram vistos em um carro - Pascal Rossignol/Reuters
Faixa isola posto de gasolina em Villers-Cotterets, a nordeste de Paris, onde os suspeitos do ataque contra a revista 'Charlie Hebdo' foram vistos em um carro Imagem: Pascal Rossignol/Reuters

Do UOL, em São Paulo

08/01/2015 09h29Atualizada em 09/01/2015 11h24

As buscas pelos dois suspeitos do atentado que deixou 12 pessoas mortas, em Paris, continuam na França. Na manhã desta quinta-feira (8), a polícia recebeu a informação de que os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 34 e 32 anos, respectivamente, foram vistos no norte da França, segundo agências e jornais internacionais. Um terceiro suspeito, Hamyd Mourad, se entregou voluntariamente na noite de quarta-feira (7) e disse ser inocente.

O jornal "Le Figaro" informa que uma grande quantidade de policiais está em Crépy-en-Valois, em Oise. Segundo a prefeitura, uma operação está sendo realizada na cidade em busca dos dois suspeitos que estariam escondidos em uma casa em Crépy-en-Valois.

Mais cedo, o gerente de um posto de combustível perto de Villers-Cotterets, na região de Aisne, "reconheceu os dois homens suspeitos de terem participado do ataque contra a 'Charlie Hebdo'", disse uma fonte citada pela AFP.

Segundo o jornal "Le Parisien", uma fonte afirmou que os irmãos estavam em um Renault Clio branco com placas cobertas. "Os dois homens estão encapuzados, com Kalashnikovs e lançadores de foguetes à mostra", disse outra fonte.
 
Homens do Raid, divisão de antiterrorismo da polícia francesa, e do GIGN, divisão paramilitar de operações especiais, estão em Villers-Cotterets, "onde um carro foi abandonado depois de ter sido usado pelos dois suspeitos identificados por uma testemunha", disse uma fonte à AFP.
 
Nesta quinta-feira, investigadores encontraram dez coquetéis molotov, uma bandeira do movimento jihadista, uma faixa preta e uma luz intermitente no carro usado durante ataque à redação da revista 'Charlei Hebdo', segundo a polícia.
 

Nível de alerta máximo

O nível 'alerta de atentado', o mais alto em termos de vigilância e segurança na França, aplicado na região parisiense desde o ataque à redação da revista 'Charlie Hebdo', foi estendido nesta quinta para a região da Picardia, onde os suspeitos do atentado foram vistos, anunciou o gabinete do primeiro-ministro.
 
"Em função dos acontecimentos, o primeiro-ministro decidiu estender à Picardia o nível de atentado", indicou o gabinete de Manuel Valls.
 
A polícia divulgou ontem (7) fotos dos dois suspeitos, que estariam "armados e perigosos". A Justiça francesa expediu mandados de prisão contra os dois. Cherif Kouachi foi condenado em 2008 a três anos de prisão por pertencer a um grupo baseado em Paris que enviava combatentes jihadistas ao Iraque.
 
O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, informou hoje que os irmãos Chérif e Said Kouachi já estavam sendo monitorados pelo serviço secreto francês. "O serviço secreto os conhecia e por isso os seguia", disse.
 

Suspeitos detidos

A polícia francesa prendeu sete pessoas que teriam relação ou seriam parentes dos suspeitos, em uma megaoperação de busca pelos dois suspeitos do ataque à Redação do "Charlie Hebdo".
 
Elas foram detidas nas cidades de Reims e Charleville-Mezieres e também na área de Paris.
 
O primeiro-ministro não deu detalhes sobre as "várias pessoas" detidas nas últimas horas e se limitou a acrescentar que é preciso esperar os resultados dos interrogatórios.
 

Atentado contra revista

Dois homens armados abriram fogo contra a sede da revista francesa "Charlie Hebdo", em Paris, na quarta-feira (7), matando 12 pessoas, das quais oito são jornalistas. Outras 11 pessoas ficaram feridas.
 
De acordo com François Mollins, procurador-geral da República, os dois atiradores armados com rifles automáticos Kalashnikovs invadiram o prédio da revista, rendendo dois funcionários, que foram assassinados em seguida.
 
Na sequência, eles invadiram uma reunião, que ocorria no segundo andar do prédio, e abriram fogo. Mais dez pessoas foram mortas, entre elas um convidado e um policial que fazia a segurança do cartunista Charb, diretor da revista. Um segundo policial que fazia a segurança do local foi executado em frente ao prédio.
 
Um terceiro homem teria esperado do lado de fora do prédio, agindo como motorista durante a fuga dos criminosos.