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"É uma tragédia para a nação", diz presidente da França após ataques terroristas

Do UOL, em São Paulo

09/01/2015 17h02Atualizada em 09/01/2015 17h48

O presidente da França, François Hollande, classificou as mortes nos últimos ataques terroristas no país, ocorridos durante três dias seguidos, como “uma tragédia para a nação”, nesta sexta-feira (9). Dezessete vítimas morreram: 12 no atentado à "Charlie Hebdo", uma no ataque à policial de Montrouge e quatro no sequestro à loja judaica em Paris.

A afirmação foi feita durante pronunciamento em rede nacional pouco depois do desfecho de dois sequestros simultâneos, que culminou com a morte de três radicais islâmicos após operações policiais.

Hollande afirmou que o país continuará vigilante contra possíveis novos ataques e que “não cederá a nenhuma pressão”. “A França ainda não acabou com as ameaças das quais é alvo. Os meios [de proteção] serão ainda mais reforçados."

9.jan.2015 - O presidente da França, François Hollande, fez um pronunciamento no Palácio do Eliseu, sede do governo francês, confirmando a morte dos três terroristas que mantinham reféns em dois pontos distintos nos arredores de Paris. O presidente também confirmou a morte de quatro pessoas que estavam sob o poder de um dos terroristas durante a ação policial em mercado judeu. Hollande pediu união e disse que o país deve continuar "implacável" diante do racismo e do anti-semitismo - Remy de la Mauviniere/Reuters - Remy de la Mauviniere/Reuters
François Hollande, em pronunciamento, confirmou quatro mortes na operação policial em loja em Paris
Imagem: Remy de la Mauviniere/Reuters

Ele conclamou novamente aos franceses que permaneçam unidos diante dos últimos ataques terroristas no país. “Já disse que a unidade é nossa melhor arma. Precisamos demonstrar nossa determinação contra tudo o que pode nos dividir. Seremos implacáveis contra atos antissemitas terríveis como este, em Paris. Esses fanáticos não tem nada a ver com a religião islâmica."

O presidente francês agradeceu a “coragem e eficiência” das forças de segurança do país que atuaram em duas operações simultâneas para libertar os reféns nesta sexta-feira.

Ele anunciou que participará, no próximo domingo, das manifestações convocadas pelos principais partidos políticos, sindicatos e associações das grandes federações muçulmanas. “Sairemos todos mais fortes”, concluiu. 

Duplo resgate

Em ação coordenada, a polícia francesa invadiu dois cativeiros onde radicais islâmicos mantinham reféns desde a manhã desta sexta-feira (9). Manuel Valls, primeiro-ministro da França, afirmou que a ordem da operação dupla de resgate dos reféns foi dada pela Presidência da República. “A situação poderia ser ainda mais longa e mais dramática”, disse Valls em entrevista à rede “TF1”.

Em Dammartin-en-Goële, a cerca de 40 km de Paris, foram mortos os irmãos Said e Cherif Kouachi, suspeitos de atacar a revista Charlie Hebdo. Um refém de 27 anos foi libertado sem ferimentos -- ele estava escondido no prédio da empresa de impressão onde os Kouachi foram sitiados.

Já no bairro de Vincennes, na capital, o sequestrador morto é Amedy Coulibaly, 32, suspeito de ter assassinado uma policial. Quatro reféns morreram nessa última ação, e outros quatro ficaram feridos.

Veja momento da invasão policial em Paris