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Jornal alemão que publicou charges do 'Charlie Hebdo' é atacado

Sede do jornal alemão "Morgenpost" foi atacado na madrugada deste domingo (11) - Bodo Marks/AFP
Sede do jornal alemão 'Morgenpost' foi atacado na madrugada deste domingo (11) Imagem: Bodo Marks/AFP

Do UOL, em São Paulo

11/01/2015 05h23Atualizada em 11/01/2015 15h31

A sede de um jornal alemão de Hamburgo foi alvo de um incêndio criminoso na madrugada deste domingo (11), segundo a polícia local. A publicação trouxe em seu conteúdo charges da revista francesa "Charlie Hebdo", vítima de um atentado na última quarta-feira (7) que deixou 12 mortos.

"Pedras e, em seguida, um objeto em chamas foram jogados pela janela", disse um porta-voz da polícia à AFP. "Duas salas nos andares inferiores foram danificados, mas o fogo foi apagado rapidamente." Ninguém se feriu e o fogo foi rapidamente controlado.

O jornal regional "Hamburger Morgenpost" havia publicado três charges da "Charlie Hebdo" em sua primeira página após o massacre na publicação parisiense, trazendo também a manchete "essa liberdade deve ser possível!".

A polícia disse que o ataque ocorreu por volta das 2h20 da madrugada, horário local, e que duas pessoas foram detidas por suposta relação com o caso. Uma investigação foi aberta sobre o ocorrido.

A possibilidade de haver uma conexão entre as charges da "Charlie Hebdo" e o ataque é uma "questão-chave" da investigação, afirmou o porta-voz, acrescentando que era "muito cedo" para saber ao certo. A polícia se recusou a fornecer informações sobre os suspeitos.

Onda de ataques

Dois jihadistas islâmicos invadiram os escritórios da "Charlie Hebdo", matando um total de 12 pessoas, incluindo alguns dos cartunistas mais conhecidos do mundo. Os dois homens foram mortos sexta-feira, após sequestrar uma pessoa nos arredores de Paris.

O jornal alemão "Bild am Sonntag" afirmou, neste domingo, que o derramamento de sangue na França poderia sinalizar o início de uma onda de ataques na Europa, citando comunicações por líderes Estado Islâmico interceptadas pela inteligência americana.

Pouco depois do atentado em Paris, a Agência de Segurança Nacional dos EUA tinha interceptado comunicações em que líderes do grupo jihadista teriam anunciado uma próxima onda de ataques, segundo o tabloide, citando fontes não identificadas nos serviços de inteligência dos Estados Unidos. (Com agências internacionais)