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Ato terrorista deixa um morto na Dinamarca e deixa país em estado de alerta

14.fev.2015 - Policiais forenses analisam local de tiroteio em um centro cultural, em Copenhague, na Dinamarca, onde acontecia um debate sobre o Islã e liberdade de expressão neste sábado (14) - Claus Bjorn Larsen/AFP
14.fev.2015 - Policiais forenses analisam local de tiroteio em um centro cultural, em Copenhague, na Dinamarca, onde acontecia um debate sobre o Islã e liberdade de expressão neste sábado (14) Imagem: Claus Bjorn Larsen/AFP

Do UOL, em São Paulo

14/02/2015 19h01

Uma pessoa morreu no ataque armado neste sábado (14) contra o centro cultural Krudttonden, em Copenhague, capital da Dinamarca, onde se debatia sobre o islamismo e a liberdade de expressão. A primeira-ministra da Dinamarca, Helle Thorning-Schmidt, disse que o país estava em alerta máximo. Três policiais também ficaram feridos.

O evento contava com a presença do autor sueco de polêmicas charges de Maomé, Lars Vilks --provável alvo do ataque-- e o embaixador da França para a Dinamarca, Francois Zimeray. Ambos saíram ilesos.

"Dinamarca sofreu neste sábado um ato de violência. Nós temos certeza agora que aquilo foi um ataque politicamente motivado e, assim, foi um ataque terrorista", disse a primeira-ministra perto do local do tiroteio.

Segundo a polícia, depoimentos preliminares de testemunhas sugerem que teria sido apenas um terrorista, e não dois como anteriormente foi divulgado. Ele fugiu a bordo de um carro Volkswagen Polo, cujo número da placa foi divulgado. Pouco depois, o veículo foi encontrado vazio.

Uma foto do suspeito também postada na internet e mostra um homem usando uma jaqueta escura e um boné.

O presidente francês François Hollande expressou à premiê dinamarquesa "toda a solidariedade da França".

O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, por sua vez, condenou com o maior rigor o que também chamou de ataque terrorista.

"Um ataque terrorista teve como alvo uma reunião pública em Copenhague, onde participava o embaixador da França na Dinamarca. Condeno com a maior firmeza este atentado. A França está ao lado das autoridades e do povo dinamarquês na luta contra o terrorismo", declarou o ministro em um comunicado.

"Dispararam do lado de fora. Tinham o mesmo objetivo que o ataque à Charlie Hebdo, mas não conseguiram entrar", informou o embaixador Francois Zimeray, enquanto estava no interior do prédio.

Ele se referia ao ataque jihadista de janeiro contra a revista satírica Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos.

"Intuitivamente diria que foram ao menos 50 disparos, e os policiais dizem que foram 200. As balas passaram através das portas e todos se jogaram ao chão", afirmou ainda.

"Conseguimos fugir do salão, e agora continuamos no interior porque a situação é crítica. Os agressores não foram presos, podem continuar na área"", afirmou Zimeray.

"Havia várias dezenas de pessoas no lugar", escreveu no Twitter uma militante do Femen que assistia ao debate, Inna Shevchenko.

Contactados pela AFP, a polícia de Copenhague e os serviços de inteligência (PET) não quiseram fazer comentários.

Lars Vilks, artista sueco, é conhecido por ter publicado em 2007 caricaturas onde ridiculizava Maomé. Ele vive sob proteção policial desde então.

Dezenas de pessoas acompanhavam o debate sob proteção policial.

As televisões locais mostraram os vidros do centro cultural crivados de balas.

As armas utilizadas não são conhecidas, mas a imprensa local especula sobre a possibilidade de ser uma arma automática devido ao número de balas disparadas durante o breve ataque.

Segundo o jornal sueco "Dagens Nyheter", os serviços de segurança também procuram o suspeito para evitar que cruze o estreito que separa Copenhague de Malmö, na Suécia.

Em 7 de janeiro, dois islamitas invadiram a redação da revista francesa "Charlie Hebdo", matando 12 pessoas, entre elas importantes cartunistas do país, com o objetivo de "vingar o Profetá Maomé".

* Com agências Reuters e AFP