Confrontos em plebiscito na Catalunha deixam centenas de feridos, dizem autoridades
Confrontos durante o plebiscito separatista da Catalunha, na Espanha, deixaram pelo menos 844 feridos neste domingo (1º), segundo dados divulgados pelas autoridades catalãs.
O governo espanhol considera o referendo ilegal e ordenou que as forças de segurança impedissem a votação. Em pronunciamento, o primeiro-ministro Mariano Rajoy agradeceu as forças de segurança por terem "cumprido suas obrigações e agido em defesa da lei".
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A maior parte dos confrontos aconteceu quando a polícia tentava impedir a abertura de colégios eleitorais, segundo os jornais "El País" e "The Guardian". Segundo relatos, a polícia teria usado balas de borracha, proibidas na Catalunha desde 2014. O governo catalão responsabilizou Rajoy pela violência policial.
O Ministério do Interior espanhol, por sua vez, disse que nove policiais e três guardas civis foram feridos e três pessoas --uma menor de idade-- foram presas por desacato e ataque a um oficial. Além disso, 92 postos de votação considerados ilegais foram fechados.
Início do referendo
Convocado para as 9h (4h em Brasília) deste domingo, o referendo sobre a independência da Catalunha começou de forma tensa em alguns locais de votação.
Em um centro esportivo no município de Sant Julia de Ramis, na província de Girona, onde o presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, votaria ainda pela manhã, homens da Guarda Civil Espanhola retiraram à força, um a um, os separatistas que faziam um cordão humano na porta principal para impedir a ação da polícia.
Depois da retirada das pessoas, que não revidaram, os guardas quebraram as portas de vidro e invadiram o local para recolher as urnas e outros materiais de votação. Antes mesmo das 9h, ao menos 15 estações de votação foram fechadas, segundo o jornal "El País".
Em outros lugares, como em Barcelona, capital catalã, a votação correu normalmente. O presidente regional conseguiu votar ainda na parte da manhã na cidade de Cornella de Terri e, segundo um porta-voz do governo regional, 73% das mesas estavam funcionando por volta das 11h (horário local).
Centenas de pessoas passaram a noite de sábado e a madrugada de domingo acampadas dentro e fora de escolas para garantir que elas pudessem ser usadas na consulta. Mais de 5,3 milhões de catalães foram chamados a participar.
O governo espanhol enviou para a região mais de 10 mil agentes das forças de segurança, apreendeu milhões de cédulas de voto e 45 mil notificações que convocavam membros das mesas eleitorais. As autoridades dizem que governos locais não podem convocar referendos para tratar de questões de soberania --o que caberia apenas ao governo central. O Tribunal Constitucional considera que a iniciativa é ilegal.
No sábado (30), milhares de pessoas protestaram em várias cidades da Espanha a favor e contra o referendo.
(Com AFP)
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