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Deputados republicanos anunciam que votarão a favor de impeachment de Trump

6.jan.2020 - O presidente Donald Trump discursa para apoiadores em frente à Casa Branca  - BRENDAN SMIALOWSKI/AFP
6.jan.2020 - O presidente Donald Trump discursa para apoiadores em frente à Casa Branca Imagem: BRENDAN SMIALOWSKI/AFP

Do UOL, em São Paulo

12/01/2021 20h24Atualizada em 12/01/2021 21h34

Dois deputados republicanos anunciaram hoje que irão votar a favor do impeachment do presidente americano Donald Trump, acusado de incitar os manifestantes que invadiram o Capitólio — foram registradas cinco mortes na semana passada após os tumultos.

Considerada a número 3 do partido Republicano, a deputada Liz Cheney disse em um comunicado enviado à imprensa que Trump convocou os manifestantes e "acendeu a chama deste ataque".

"Tudo o que se seguiu foi obra dele. Nada disso teria acontecido sem o presidente. O presidente poderia intervir imediata e energicamente para deter a violência. Ele não fez. Nunca houve uma traição maior por parte de um Presidente dos Estados Unidos de seu cargo e seu juramento à Constituição", disse ela. Cheney é filha do ex-vice-presidente e secretário de Defesa Dick Cheney.

O deputado John Katko também disse hoje, em mensagem no Twitter, que apoiará o impeachment do atual presidente.

"Não se pode ignorar que o presidente Trump encorajou essa insurreição — tanto nas redes sociais antes de 6 de janeiro, quanto em seu discurso naquele dia. Ao promover deliberadamente teorias infundadas, sugerindo que a eleição foi de alguma forma fraudada, o presidente criou um ambiente explosivo de desinformação, privação de direitos e divisão ", afirmou Katko.

Segundo a rede de TV NBC News, outro deputado republicano que poderia votar pelo impeachment seria Adam Kinzinger, crítico do governo Trump e que chegou a dizer que a invasão de grupos extremistas ao Capitólio seria "uma tentativa de golpe".

No Senado

Líder republicano no Senado, Mitch McConnell disse nos bastidores que acredita que o presidente Trump "cometeu crimes" e que estava satisfeito com o fato de os democratas estarem se mobilizando para o seu impeachment, segundo informou o jornal "The New York Times".

McConnell acredita que o impeachment de Trump tornará a sua expulsão do partido mais fácil.

Invasão deixou cinco mortos

A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, responsabilizou Trump pela invasão de apoiadores dele ao Capitólio na última quarta-feira (6). O ataque interrompeu a sessão de certificação do presidente eleito Joe Biden, que precisou ser realizada mais tarde no mesmo dia, e provocou caos e tumulto. Cinco pessoas morreram.

Horas antes da invasão, Trump discursou para centenas de pessoas em frente à Casa Branca e convocou o público a protestar contra o resultado das eleições presidenciais, que elegeram Joe Biden para iniciar seu mandato na próxima semana. Trump alega que Biden se elegeu por conta de fraudes eleitorais, mas não conseguiu provar nada até agora.

O pedido de impeachment foi motivado pelo argumento de que Trump fez "incitação à insurreição", justamente pela sua fala durante o comício em que clamou seus apoiadores a protestarem em frente ao Capitólio.

Trump já foi a julgamento uma vez na Câmara, controlada pelos democratas, em dezembro de 2019, por ter pressionado o líder da Ucrânia a investigar Joe Biden, com o objetivo de prejudicar suas chances de disputar as eleições presidenciais de 2020. Mas acabou sendo absolvido pelo Senado, de maioria republicana.