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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Guerra na Ucrânia: Zelensky anuncia morte de 137 pessoas; 316 estão feridas

Do UOL, em São Paulo*

24/02/2022 06h34Atualizada em 25/02/2022 06h34

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, anunciou nesta sexta-feira (25, noite de quinta-feira no Brasil) a morte de pelo menos 137 cidadãos ucranianos no primeiro dia da invasão russa ao país.

"137 heróis, nossos cidadãos" perderam a vida, disse o presidente em um vídeo publicado no site do governo, acrescentando que outros 316 ucranianos ficaram feridos nos combates.

Na madrugada de ontem, o presidente russo, Vladimir Putin, deu sinal verde para o que definiu como "operação militar especial" contra a Ucrânia. O governo ucraniano diz que a ação é uma "invasão total".

Segundo os levantamentos do início do dia, apenas na região de Odessa, 18 pessoas morreram após bombardeio contra uma base militar: "oito homens e dez mulheres. No momento ainda estamos cavando entre os escombros", informou a administração regional em comunicado.

  • Veja últimas notícias sobre o ataque da Rússia e mais no UOL News com Fabíola Cidral:

Nas redes sociais, o Serviço de Guarda de Fronteiras da Ucrânia informou que uma de suas instalações em Kiev, na capital, foi bombardeada "provavelmente por mísseis".

A Ucrânia combate as tropas russas em quase toda extensão de sua fronteira com a Rússia. Os principais conflitos acontecem nas regiões de Sumy, Kharkhiv, Kherson, Odessa e em um aeroporto militar perto de Kiev, disse um conselheiro do gabinete presidencial ucraniano.

A autoridade ucraniana também disse que a Rússia tenta entrar em Kiev pelo espaço aéreo. A capital abriga as instalações do governo.

O anúncio da invasão russa foi feito por Putin, na madrugada de hoje, durante um pronunciamento transmitido em cadeia nacional.

Tomei a decisão de conduzir uma operação militar especial. Nossa análise concluiu que nosso confronto com essas forças [ucranianas] é inevitável (...) Algumas palavras para aqueles que seriam tentados a intervir: a Rússia responderá imediatamente e você terá consequências que nunca teve antes em sua história. Vladimir Putin, ao anunciar a operação militar na Ucrânia

Logo após o discurso, repórteres da rede americana CNN disseram ter ouvido explosões em Kiev, capital da Ucrânia, e em Kharkiv, a segunda maior cidade, localizada no nordeste do país.

Mapa Ucrania - Arte/ UOL - Arte/ UOL
Imagem: Arte/ UOL

A Rússia tem mais de 150 mil soldados, tanques e mísseis posicionados ao longo da fronteira ucraniana. O regime de Vladimir Putin —que, inicialmente, negou a intenção de invasão e acusou americanos de "histeria"— reclama de uma eventual adesão de Kiev à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar criada para fazer frente à extinta União Soviética.

Para Putin, a Otan é uma ameaça à segurança da Rússia por sua expansão na região. Por isso, o presidente quer uma declaração formal de que a Ucrânia nunca vai se filiar à aliança.

Em contrapartida, os Estados Unidos e países aliados do Ocidente (como o Reino Unido, França e a Alemanha) ameaçam o país com "sanções econômicas severas" e "resposta ágil".

A Rússia já anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014, o que culminou em sanções econômicas dos EUA e da União Europeia. O país também é acusado de financiar os rebeldes pró-Moscou que controlam as autoproclamadas Repúblicas de Lugansk e Donetsk, na região de Donbass.

Rússia fecha parcialmente espaço aéreo

O Safe Airspace, plataforma criada para monitorar a segurança e zonas de conflito para as companhias aéreas, disse que aumentou seu nível de risco para "não voar". Assim, os voos devem parar sobre qualquer parte da Ucrânia por causa do risco de um abate não intencional ou um ataque cibernético contra o controle de tráfego aéreo.

"Independentemente dos movimentos reais das forças russas na Ucrânia, o nível de tensão e incerteza na Ucrânia agora é extremo", disse Safe Airspace em seu site: "Isso por si só dá origem a um risco significativo para a aviação civil".

A Rússia, inclusive, fechou parcialmente o espaço aéreo na sua fronteira com a Ucrânia. De acordo com um comunicado aos aviadores e missões aéreas, o objetivo era "fornecer segurança". A notificação traz as rotas específicas e altitudes a serem evitadas.

Putin diz que não vai ceder

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira (23) que não vai ceder em suas exigências na crise em que enfrenta com vários países ocidentais, em meio aos temores da comunidade internacional sobre uma invasão da Ucrânia.

"Os interesses e a segurança de nossos cidadãos não são negociáveis para nós", declarou Putin, em um breve discurso exibido na televisão por ocasião do Dia do Defensor da Pátria.

A Rússia exige que a Ucrânia nunca seja admitida como integrante da Otan e também uma "desmilitarização" de Kiev, assim como concessões territoriais aos separatistas pró-Rússia. As exigências foram rejeitadas pelos países ocidentais.

*Com informações da AFP e Reuters