EUA estão prontos para ajudar Zelensky a deixar Ucrânia, diz jornal
O governo americano está preparado para ajudar o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a deixar a Ucrânia e evitar ser capturado ou morto pelas forças russas. A informação foi divulgada pelo jornal americano "The Washington Post", que ouviu fontes da Ucrânia e dos Estados Unidos, nesta sexta-feira (25).
Segundo a publicação, no entanto, Zelensky —que é tido como o alvo número 1 do presidente russo, Vladimir Putin— tem resistido à ideia até agora.
O líder ucraniano gravou um vídeo agora à noite dizendo continuar na capital Kiev, "defendendo" seu país ante o avanço dos soldados russos. Ele gravou o vídeo ao lado de colaboradores e em frente ao palácio presidencial para provar que não deixou a Ucrânia.
"Estamos todos aqui, nossos militares estão aqui, os cidadãos, a sociedade, estamos todos aqui, defendendo nossa independência, nosso Estado", proclamou Zelensky, acompanhado, entre outros, de seu primeiro-ministro, seu chefe de gabinete e um assessor próximo.
O "The Washington Post" apurou que quando o diretor da CIA William J. Burns viajou à Ucrânia em janeiro para se encontrar com Zelensky e falar sobre a crescente ameaça da Rússia, o presidente ucraniano perguntou se ele ou a sua família corriam risco de morte, mesmo cético, sem acreditar na possibilidade de invasão dos russos. Burns foi claro ao responder que Zelensky precisava levar a sua segurança mais a sério.
Nos últimos dias, autoridades americanas conversaram com Zelensky sobre questões de segurança, incluindo os lugares mais seguros para o presidente se situar e garantir a continuidade do governo ucraniano, disse um alto funcionário dos EUA.
As forças militares russas avançam rapidamente em direção a Kiev, capital da Ucrânia —o ataque começou ainda pela madrugada (horário de Brasília). As sirenes de emergência voltaram a soar na manhã de hoje na cidade, em meio a novos bombardeios. Um caça ucraniano foi abatido. O movimento dos militares da Rússia foi acompanhado por aliados da Ucrânia
Ontem (24), a Rússia invadiu o território ucraniano e atacou instalações militares por todo o país. O ataque aconteceu por terra, mar e ar, relataram veículos de imprensa internacionais e o governo ucraniano.
As forças de Putin dispararam mais de 160 mísseis contra alvos militares ucranianos. Na tentativa de fuga, milhares de moradores começaram a deixar a capital Kiev ainda ontem, formando longas filas de carros nas estradas, em postos de gasolina. Filas se formaram também em supermercados e caixas eletrônicos.
Os russos entraram pelo norte, sul e leste da Ucrânia, em uma ofensiva que, segundo o presidente Volodímir Zelensky, matou 137 civis —uma criança entre eles— e deixou mais de 300 feridos.
ONU chama a atenção para crise
O Alto Comissariado da ONU (Organização das Nações Unidas) para Refugiados alertou que, se a guerra na Ucrânia continuar, um total de 4 milhões de pessoas poderão fugir e buscar refúgio nos países da região. O alerta é feito num momento em que ataques se aproximam das grandes cidades da Ucrânia, enquanto famílias inteiras tentam chegar às fronteiras.
De acordo com a entidade, isso significa que quase 10% da população de um país de 44 milhões de habitantes seria afetada. A ONU ainda denuncia o governo da Rússia por "violar o direito internacional" e tomar ações que "ameaçam o direito à vida".
"Estamos registrando um movimento substancial de pessoas pelo país", disse uma porta-voz do Acnur. Segundo ela, 100 mil pessoas já deixaram suas casas e são vítimas de deslocamentos internos.
Mais de 130 cidadãos da Ucrânia mortos
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou ontem a morte de pelo menos 137 cidadãos ucranianos no primeiro dia da invasão russa ao país.
"137 heróis, nossos cidadãos" perderam a vida, disse o presidente em um vídeo publicado no site do governo, acrescentando que outros 316 ucranianos ficaram feridos nos combates.
Na madrugada de ontem, o presidente russo, Vladimir Putin, deu sinal verde para o que definiu como "operação militar especial" contra a Ucrânia. O governo ucraniano diz que a ação é uma "invasão total".
* Com informações da agência Reuters
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.