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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Explosões atingem Kiev e Kharkiv; Próximas 24h são 'cruciais', diz Zelensky

Beatriz Gomes e Tiago Minervino

Colaboração para o UOL, em São Paulo e em Maceió

27/02/2022 23h45Atualizada em 28/02/2022 03h57

Diversas explosões foram ouvidas em Kiev, capital da Ucrânia, e Kharkiv, segunda maior cidade do país, possivelmente provocadas pelas tropas da Rússia, na madrugada de segunda-feira (28), no horário local. Em conversa com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, avisou que as próximas 24 horas serão "cruciais" para o país.

Um prédio residencial em Chernigov, a cerca de 144 quilômetros de Kiev, também estava em chamas após ser atingido por um míssil. As informações são do Serviço Estatal de Comunicações Especiais e Proteção de Informações da Ucrânia e foram veiculadas pela Sky News.

Segundo o jornal ucraniano The Kyiv Independent, uma mulher ficou ferida devido ao incêndio no prédio provocado pelo míssil. As chamas foram controladas e não há relatos de vítimas fatais.

Em comunicado divulgado no Telegram, o Serviço de Comunicações afirmou que Kiev ficou "calma" por algumas horas antes dos moradores ouvirem as novas explosões. Ainda não há informações sobre possíveis feridos.

Por meio de seu perfil no Twitter, o ex-embaixador da Ucrânia na Áustria, Olexander Scherba, confirmou o alerta de ataques aéreos em Kiev, e disse que as tropas russas iniciaram as ofensivas "cedo hoje".

As sirenas com alertas para ataques aéreos também soaram em várias outras cidades do país, como Cherkasy, Dnipro, Luhansk e Zhytomyr. Em todas os casos, a recomendação é a mesma: os moradores devem se dirigir ao abrigo mais próximo.

Conforme relatado pelo assessor do chefe do Gabinete da presidência da República, Oleksiy Arestovych, Moscou "realizou ataques com mísseis por toda a Ucrânia" durante o período da noite.

Na cidade de Zhytomyr, o principal alvo foi o aeroporto local. Segundo a imprensa ucraniana, a Rússia disparou mísseis direcionados ao aeroporto a partir de Belarus, um dos poucos países a declarar abertamente apoio a Moscou.

Na madrugada de domingo (27), grandes explosões foram registradas na cidade de Vasylkiv, a cerca de 40 quilômetros ao sul de Kiev, que iluminaram o céu da capital, após atingir uma refinaria de petróleo.

Ainda no domingo (27), as tropas russas conseguiram avanços significativos em outras áreas, ao furarem o bloqueio ucraniano e adentrarem Kharkiv, localizada na região nordeste, distante 460 quilômetros de Kiev, e também ao "bloquearem completamente" as cidades de Kherson e Berdyansk, no sul do país.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Enquanto as explosões eram relatadas em Kiev e Kharkiv, um incêndio em dois andares de um edifício residencial em Chernigov foi registrado após o local ser atingido por um míssil, segundo o Kyiv Independent. Ainda não há informações sobre possíveis vítimas nesta ação.

Um vídeo divulgado por Olexander Scherba mostrou o edifício atingido em chamas. As imagens também foram compartilhadas pelo Serviço de Comunicações ucraniano.

Zelensky fala em 'período crucial'

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, voltou a se comunicar com o premier britânico, Boris Johnson, e destacou a importância das próximas 24 horas para a Ucrânia na guerra contra a Rússia, classificadas por ele como um "período crucial", para impedir a tomada do território pelas tropas adversárias. As informações são da Sky News.

Um porta-voz do Reino Unido informou que Boris Johnson garantiu que fará "tudo o que puder" para ajudar a Ucrânia, e ressaltou a "resistência heroica" dos ucranianos, frente às investidas de Moscou para se apoderar do país.

"O primeiro-ministro elogiou a bravura do povo ucraniano após a invasão da Rússia e também a liderança de Zelensky em meio a tamanhas adversidades", disse o porta-voz.

Forças Armadas dizem que ofensiva russa continua

Um boletim das Forças Armadas da Ucrânia, divulgado na noite de domingo (27), informou que a Rússia continuava a operação ofensiva por ar e terra contra o país.

Segundo as Forças Armadas, a Rússia continuou atingindo e incendiando "aeródromos militares e civis, pontos de controle militar, instalações de defesa aérea, importantes infraestruturas críticas, assentamentos e unidades em áreas de defesa".

Na Polésia, região que abrange a Europa Oriental, incluindo a Polônia Oriental, a região fronteiriça Bielorússia-Rússia-Ucrânia e a Rússia Ocidental, em direção a Kiev, os russos tentaram retomar a ofensiva atravessando o rio Irpin.

"Outra tentativa do ocupante de capturar a cidade de Irpin não teve sucesso. As forças de defesa ucranianas destruíram novos equipamentos inimigos. Em todas as direções, tanques e unidades mecanizadas das Forças Armadas da Ucrânia com o apoio da artilharia mantêm a defesa de certas fronteiras. A Força Aérea das Forças Armadas da Ucrânia repele ataques aéreos inimigos."

Um sistema "denso e multinível" também foi implantado pelas forças de defesa de Kiev, informaram as Forças Armadas da Ucrânia.

"Há uma luta sistemática contra um pequeno número de grupos de sabotagem de 3 a 15 pessoas com armas, usando o uniforme das Forças Armadas da Ucrânia, mas com coletes à prova de balas da federação russa", finalizaram a nota.

Guerra com a Rússia já deixou ao menos 352 civis mortos, diz Ucrânia

A Ucrânia informou no domingo (27) que ao menos 352 civis, sendo 14 crianças, foram mortos desde a invasão da Rússia no território, na última quinta-feira (24). Segundo a CNN Internacional, a agência de notícias Reuters e o canal de televisão Sky News, as informações foram divulgadas pelo Ministério da Saúde e Ministério do Interior ucranianos.

O ministério ainda registrou que pelo menos 1.684 pessoas, incluindo 116 crianças, ficaram feridas nos quatro dias de ataque russo.

*Com informações de Beatriz Gomes e Tiago Minervino, em colaboração para o UOL, em São Paulo e em Maceió