Rússia x Ucrânia: 5º dia de invasão tem bombardeios e negociação sem avanço
O quinto dia da invasão da Rússia à Ucrânia foi marcado por uma rodada de negociações sem acordo, por bombardeios na capital ucraniana, Kiev, e em Kharkiv, desde a madrugada. As tropas russas estão cada vez mais perto da capital.
Até agora, 352 pessoas morreram, sendo 16 crianças, segundo o Ministério da Saúde da Ucrânia. O boletim não especifica se as perdas são de civis ou militares. Além disso, 2.040 civis ficaram feridos em ataques da Rússia ao país. Do total, 45 são crianças.
Os ataques começaram ainda de madrugada. Um prédio residencial em Chernigov, a cerca de 144 quilômetros de Kiev, foi tomado por chamas após ser atingido por um míssil. As informações são do Serviço Estatal de Comunicações Especiais e Proteção de Informações da Ucrânia, veiculadas pela Sky News.
Horas depois, já pela manhã, bombardeios atingiram Kharkiv. A cidade fica 700 quilômetros a leste da capital, Kiev, e a cerca de 50 quilômetros da fronteira com a Rússia —localização que a torna mais vulnerável aos ataques.
Ainda hoje, representantes das delegações da Ucrânia e da Rússia se reuniram, em Belarus, informou a Tass, agência de notícias russa. O encontro, porém, terminou sem acordo.
A conversa durou cerca de cinco horas. O assessor do presidente da Ucrânia, Mikhaylo Podolyak, disse para jornalistas que ambos os países retornam hoje para suas capitais com o objetivo de realizarem consultas para uma próxima rodada.
Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, não participaram do encontro —ambos enviaram representantes (leia mais abaixo).
Antes da reunião, a Ucrânia informou que exigiria um cessar-fogo "imediato" e a retirada das tropas russas; a Rússia não quis revelar sua posição.
Horas após a reunião, explosões foram ouvidas em Kiev. Os alarmes que anunciam ataques aéreos também soaram nas seguintes cidades: Lviv, Rivne, Khmelnytsky e Kamianets-Podilskyi.
O embaixador da Rússia, Vasily Nebenzya, disse hoje na ONU (Organização das Nações Unidas), que "não chamaria de guerra" e, sim, de "operação militar especial" os ataques do país na Ucrânia. O procurador do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, decidiu abrir investigações sobre a guerra.
Já o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, assinou hoje um pedido oficial para que a União Europeia "admita urgentemente" a entrada da Ucrânia no bloco. O pedido foi endossado por oito países da União Europeia, que divulgaram uma carta pedindo negociações imediatas para a inclusão da Ucrânia. O documento foi assinado pelos presidentes de Bulgária, República Tcheca, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, Eslováquia e Eslovênia.
Meio milhão de civis deixaram a Ucrânia
Mais de 500 mil pessoas já fugiram da Ucrânia para países vizinhos por causa da guerra com a Rússia, segundo o chefe do Acnur (Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para Refugiados), Filippo Grandi. Na sexta-feira passada (25), a agência da ONU alertou que, se a guerra na Ucrânia continuar, um total de 4 milhões de pessoas poderão fugir e buscar refúgio nos países da região.
A Ucrânia faz divisa com Polônia, Moldávia, Belarus, Eslováquia, Hungria e Romênia, além da própria Rússia. Quem tem atravessado as fronteiras está, no geral, sendo bem recebido e tem contado com a ajuda de autoridades locais e voluntários, inclusive para o fornecimento de casacos e itens básicos de higiene. No entanto, há estrangeiros que relataram terem sido barrados em trens, ônibus e fronteiras da Ucrânia.
O governo brasileiro anunciou a saída de três trens extras nesta segunda-feira (28) para levar brasileiros da Ucrânia para a Polônia. O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse hoje que a vinda de ucranianos para o Brasil será aberta, via visto humanitário — categoria de visto especial, que pode ser concedida pelo país em situações de crise humanitária. A Ucrânia está sob ataque da Rússia desde 24 de fevereiro, levando milhares de pessoas a deixar o país.
"Queremos o melhor, a paz. Acabei de conversar com o ministro [das Relações Exteriores] Carlos França e vamos abrir a possibilidade de ucranianos virem para o Brasil via visto humanitário, que é mais fácil", disse Bolsonaro em entrevista para o programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan.
Por outro lado, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, decretou que estrangeiros que queiram auxiliar no combate contra a Rússia não necessitarão de visto para entrar no país. Segundo a agência AP, o decreto de Zelensky deve entrar em vigor nesta terça-feira (1º) e durar enquanto as tropas russas estiverem em solo ucraniano.
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