25º dia de guerra: Ucrânia cobra Israel e Rússia exige rendição de Mariupol
Neste domingo (20), quando o conflito entre Rússia e Ucrânia chegou ao 25º dia, a Ucrânia cobrou apoio de Israel, e a Rússia demandou que combatentes se rendam em Mariupol, cidade onde o presidente Volodymyr Zelensky disse hoje que as forças militares russa atacaram uma escola que funcionava como abrigo .
Em discurso ao parlamento israelense neste domingo, Zelensky questionou por que o país não fornece defesas para a Ucrânia e não impõe sanções à Rússia pela invasão.
Em resposta ao ucraniano, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, disse apenas que o país continuará a apoiar o país "tanto quanto for possível" — até agora, Israel enviou um hospital de campanha e outras ajudas humanitárias à Ucrânia.
Mediador na crise Ucrânia-Rússia, Israel condenou a invasão russa, mas tem mantido cautela para evitar afetar as relações com Moscou, uma potência na vizinha Síria, onde as forças israelenses frequentemente atacam milícias pró-iranianas.
Rendição de Mariupol
Na noite deste domingo, Rússia demandou que as forças armadas ucranianas em Mairupol baixem as armas e deixem a cidade portuária por meio de corredores humanitários.
O coronel general Mikhail Mizintsev, chefe do Centro Nacional de Controle de Defesa da Rússia, declarou que os ucranianos têm até as 5h (pelo horário de Moscou, 23h pelo horário de Brasília) desta segunda-feira (21) para mandar uma resposta por escrito aos termos russos para a abertura de corredores humanitários.
Conforme mostrou a agência de notícias russa RIA Novosti, Mizintsev disse que eles vão garantir uma saída segura da cidade, bem como a preservação da vida de todos que depuserem suas armas.
"Nós pedimos às unidades das Forças Armadas da Ucrânia, aos batalhões de defesa territorial, aos mercenários estrangeiros que parem as hostilidades, deponham suas armas e, ao longo dos corredores humanitários acordados com o lado ucraniano, entrem em territórios controlados por Kiev", disse Mizintsev à agência russa.
A Ucrânia rebateu a proposta russa e descartou a ideia de rendição. A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, ao jornal ucraniano Ukrainska Pravda que os russos enviaram a mesma carta ao ucranianos, à ONU (Organização das Nações Unidas) e ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha. O conteúdo, segundo ela, é "um retorno à história e outro delírio".
"Não podemos falar sobre a entrega de armas. Já informamos o lado russo sobre isso. Em vez de gastar tempo em oito páginas de cartas, basta abrir o corredor [humanitário]", afirmou.
Na prática, a deposição de armas e a saída dos combatentes para os territórios controlados por Kiev — capital da Ucrânia — representaria a saída das forças de resistência da cidade, que está com falta de água, luz e aquecimento.
Rússia bombardeia escola, diz Ucrânia
A Ucrânia disse que um bombardeio russo destruiu uma escola que abrigava 400 refugiados em Mariupol, cidade portuária no sudeste do país, na manhã deste domingo, madrugada no Brasil. Segundo a Câmara Municipal da cidade, o prédio, que fica próximo a uma das entradas da cidade, ficou completamente destruído.
As buscas em meio aos escombros começaram no início do dia, com a ajuda de voluntários. Ainda não há o registro de mortes.
Neste domingo (20), mais de 7.200 pessoas deixaram Mariupol. Ao todo, 7.295 saíram da região usando quatro corredores humanitários, disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk. Segundo ela, 3.985 pessoas foram evacuadas de Mariupol para Zaporizhzhia, em ônibus e carros particulares.
Conforme Vereshchuk, está previsto para esta segunda-feira (21) o envio de até 50 ônibus para evacuar outros moradores de Mariupol.
A região, que faz fronteira com a Rússia e dá acesso ao Mar Negro, tem sido alvo de algumas das maiores ofensivas das forças russas. Na tarde de ontem (19), o governo ucraniano confessou ter perdido acesso ao mar de Azov, onde fica a cidade.
O presidente Zelensky disse que o cerco a Mariupol, cidade portuária estratégica no sudeste do país, será considerado um crime de guerra.
China diz estar "do lado certo da história"
Neste domingo, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse que o país "está do lado certo da história" em relação à invasão da Ucrânia. Segundo ele, "o tempo vai confirmar essa certeza".
"A China nunca aceitará qualquer coerção ou pressão externa e se opõe a quaisquer acusações e suspeitas infundadas contra o país", disse Wang a repórteres na noite de sábado, de acordo com um comunicado publicado por sua pasta no domingo.
Os comentários de Wang acontecem depois de o presidente dos EUA, Joe Biden, alertar seu colega chinês, Xi Jinping, na sexta-feira sobre as "consequências" caso Pequim ofereça apoio material à invasão da Ucrânia pela Rússia.
Ontem, o conselheiro sênior de Zelensky, o jornalista Mykhailo Podolyak, disse que a China pode ser "elemento importante" do sistema de segurança global caso decida apoiar a coalizão do Ocidente contra a invasão da Ucrânia pela Rússia.
* Com informações de Reuters
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