Rússia x Ucrânia: Conflito faz um mês com ataques a civis e ameaça nuclear
Nesta quinta-feira (24), a invasão da Rússia à Ucrânia completou um mês em meio ao receio de um conflito nuclear, ataques a civis e a falta de um acordo sobre cessar-fogo. A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que ao menos um quarto da população ucraniana fugiu do país. São 18 milhões de pessoas.
O colunista do UOL Jamil Chade publicou que se trata do maior êxodo na Europa desde 1945, quando a Segunda Guerra Mundial chegou ao fim. Segundo o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), mais da metade da população infantil da Ucrânia teve que deixar os lares de maneira forçada por causa da invasão.
O prefeito de Kiev, a capital, afirmou que ao menos 264 civis morreram na cidade desde o início do conflito, sendo 75 crianças. A cidade tem sido um dos maiores alvos de ataques da Rússia, assim como Mariupol.
O Centro de Comunicação Estratégica e Segurança da Informação da Ucrânia divulgou que ao menos cinco jornalistas morreram desde o início dos conflitos. Além disso, estima sete jornalistas feridos, seis sequestrados e um desaparecido.
A agência russa RIA Novosti informou que os militares russos tomaram hoje o controle da cidade ucraniana de Izyum. Os ucranianos negam a informação.
Ucrânia acusa Rússia de não recolher corpos de soldados
Autoridades ucranianas acusam a Rússia de não retirar os corpos de soldados mortos em combate na região de Sumy.
"A Rússia não remove os corpos dos soldados mortos do chão e isso representa uma séria ameaça à saúde da Ucrânia e ao meio ambiente. Os corpos estão em situação irregular e são difíceis de identificar", declarou o diretor interino do departamento de Saúde de Sumy, Anatoly Kotlyar, à agência "Unian".
O governo ucraniano afirma que mais de 15 mil soldados russos morreram desde o início do conflito.
Ameaça nuclear
O vice-embaixador russo na ONU (Organização das Nações Unidas), Dmitry Polyanskiy, disse hoje que o país tem direito a usar armas nucleares se for "provocado" pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Polyanskiy também rejeitou as acusações feitas pelo governo dos EUA de que a Rússia tem cometido crimes de guerra na Ucrânia.
As declarações foram feitas no mesmo dia em que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se reuniu em Bruxelas (Bélgica) com membros da Otan e do G7 para discutir o conflito no leste europeu.
Em coletiva de imprensa, o presidente americano afirmou que a Otan "nunca esteve tão unida" e que a aliança pode "responder à altura" caso os russos utilizem armas químicas ou biológicas. Ele também anunciou novas sanções econômicas à Rússia.
Rostyslav Tronenko, ex-embaixador da Ucrânia no Brasil, disse hoje ao UOL Entrevista que a Otan poderia ter evitado a guerra atual se tivesse reagido em 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia.
A Assembleia Geral da ONU aprovou hoje uma resolução que anuncia o "fim imediato" da guerra entre Ucrânia e Rússia, com 140 votos a favor, 5 contra e 38 abstenções. O Brasil foi um dos países que votou a favor do cessar-fogo.
A China, principal parceira econômica da Rússia, se absteve da votação. O embaixador chinês, Zhang Jun, disse que os países não deveriam "forçar nenhum outro a escolher um lado".
Votaram contra a resolução Rússia, Belarus, Síria, Coreia do Norte e Eritreia.
(Com informações da AFP, Ansa, AP, DW, Efe e Reuters)
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