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Após Biden dizer ter visto imagens crianças decapitadas, Casa Branca recua

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que teve acesso a "imagens confirmadas" que mostram extremistas do Hamas "decapitando crianças" em meio à guerra travada contra Israel. Posteriormente, funcionários da Casa Branca disseram não ter visto fotos, nem confirmado o incidente de maneira independente.

O que aconteceu:

"É importante que os americanos saibam disso. Nunca pensei que veria isso. Imagens confirmadas de terroristas decapitando crianças", declarou Biden durante encontro com lideranças judaicas em Washington.

Desde a terça-feira (10), notícias de que o Hamas teria matado 40 bebês, inclusive decapitados, têm circulado nas redes sociais e em veículos de imprensa de todo o mundo. A origem da informação é de uma TV israelense e foi negada pelo Hamas.

Exército israelense não confirma história de 40 bebês decapitados. Em comunicados oficiais, as Forças de Defesa de Israel não citam — nem confirmam, nem desmentem — que 40 bebês teriam sido decapitados.

Ao UOL Confere, a assessoria de comunicação do Exército israelense disse apenas que "não pode confirmar nenhum número". E que "o que aconteceu em Kibbutz 'Kfar Azza' é um massacre em que mulheres, crianças e idosos foram brutalmente assassinados, segundo o modo de ação do Estado Islâmico. Estamos cientes dos atos hediondos de que o Hamas é capaz" (em tradução livre).

Horas depois das falas, funcionários do governo disseram, segundo a imprensa norte-americana, que Biden se baseou em notícias e falas de autoridades israelenses, e que nem a Casa Branca nem o presidente confirmaram isso de maneira independente.

No mesmo evento, Joe Biden também afirmou que os EUA estão trabalhando junto a Israel para resgatar os reféns capturados pelo Hamas.

O presidente norte-americano disse que os ataques do Hamas resultaram no "dia mais mortal para os judeus desde o Holocausto". "É um dos piores capítulos da história da humanidade. Quero que vocês saibam que eu me recuso a ficar em silêncio, me recuso a ser cúmplice. (...) O meu compromisso com o povo judaico é inabalável. Os judeus têm casa aqui nos EUA", afirmou.

Netanyahu formou governo de emergência em Israel

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se uniu à oposição a seu governo e criou um governo de emergência em meio à guerra contra o grupo extremista Hamas.

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Na prática, o acordo funciona como uma espécie de "carta-branca" para o premiê tomar medidas de emergência sem o bloqueio de oposicionistas. Isso ocorre porque os partidos governistas não têm maioria no Parlamento israelense, o que permite que a oposição possa vetar propostas do governo.

Governo será formado por Netanyahu, líder oposicionista e um pequeno número de ministros. O anúncio da formação desse governo foi feito em pronunciamento conjunto por Netanyahu e Benny Gantz, líder do partido oposicionista Unidade Nacional.

Gantz também pediu a criação de um "gabinete de guerra". Esse grupo seria formado somente por ele, Netanyahu e o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant. O jornal The Times of Israel diz que, mesmo assim, o premiê teria insistido para ter a palavra final nesse gabinete.

Ataques sobre Gaza deslocam 263 mil palestinos e atingem 12 mil prédios

A ONU aponta que mais de 263 mil palestinos foram deslocados de suas casas, como resultado dos mísseis disparados na contraofensiva de Israel sobre Gaza.

Mais de 175 mil pessoas deslocadas estão sendo acolhidas em escolas da UNRWA, a agência da ONU para os refugiados palestinos.

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Mais de mil residências em Gaza foram destruídas e cerca de 560 foram gravemente danificadas e tornadas inabitáveis. Outras 12,6 mil sofreram danos menores, segundo dados publicados pela ONU nesta quarta-feira (11).

10.out.2023 - Palestinos nas ruínas de um bairro da Cidade de Gaza, destruído por bombardeios israelenses
10.out.2023 - Palestinos nas ruínas de um bairro da Cidade de Gaza, destruído por bombardeios israelenses Imagem: AP - Fatima Shbair

Os ataques aéreos israelenses também danificaram sete instalações que forneciam água e serviços de saneamento a mais de 1,1 milhão de pessoas, informou a ONU. Em algumas zonas, os esgotos e os resíduos sólidos acumulam-se nas ruas, constituindo um perigo para a saúde.

Os 13 hospitais e outras instalações de saúde em Gaza estão apenas parcialmente operacionais devido à escassez de abastecimento e ao racionamento de combustível. O hospital de Beit Hanoun está também inacessível devido aos danos causados nas zonas circundantes.

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