Dia 5 da guerra: Israel faz governo de emergência e aproxima tropas de Gaza

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se uniu à oposição para formar um governo de emergência enquanto durar a guerra contra o Hamas. A decisão foi tomada enquanto o exército israelense concentra milhares de soldados perto da fronteira com a Faixa de Gaza, mas uma eventual invasão ao território palestino ainda é incerta.

O que aconteceu

Netanyahu e um líder da oposição, Benny Gantz, concordaram em formar um governo de emergência. Os dois vão compor um "gabinete de guerra" com o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e dois ministros observadores. O principal líder oposicionista, Yair Lapid, também foi convidado para o gabinete.

A coalizão, na prática, vai facilitar a aprovação de medidas que poderiam ser bloqueadas pela oposição. O governo, que não tem maioria no Parlamento, vinha tentando limitar os poderes do Legislativo e do Judiciário antes da guerra.

Israel segue em "cerco total" à Faixa de Gaza no quinto dia de guerra. Além de reunir milhares de militares perto da fronteira, o governo mantém o corte de água, luz e comida ao território palestino e informou ter bombardeado mais de 270 alvos nesta quarta-feira (11).

Segundo autoridades dos dois lados, cerca de 2.300 pessoas morreram na guerra até o momento. O Ministério da Saúde da Palestina fala em 1.100 mortos em Gaza, enquanto Israel cita mais de 1.200 vítimas.

Na última terça (10), Israel afirmou ter encontrado 1.500 corpos de membros do Hamas, mas não deu detalhes. Os cadáveres, segundo o governo israelense, estavam no sul do país.

Novos conflitos foram registrados na fronteira com o Líbano, ao norte de Israel, nesta quarta. Militares isarelenses trocaram tiros com integrantes do Hezbollah. O grupo, alinhado ao Hamas, reivindicou o lançamento de mísseis contra Israel.

Gaza tem 263 mil desabrigados, diz ONU

A ONU afirma que os bombardeios israelenses danificaram 12.600 prédios e deixaram 263 mil palestinos sem casa. Brasileiros no país relatam que a situação é cada vez mais dramática, porque as fronteiras seguem fechadas e itens como água e comida estão acabando.

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Em reunião nesta quarta, a Liga Árabe pediu o fim dos bombardeios de Israel à Faixa de Gaza. O grupo, composto de 22 países da região, diverge sobre condenar ou não os ataques do Hamas, mas apoia a causa palestina.

O presidente Lula (PT) publicou um apelo por um cessar-fogo. Em comunicado no Twitter, Lula defendeu que países se unam para enviar recursos a Gaza e pediu que o Hamas liberte os reféns israelenses, especialmente crianças.

O papa Francisco também pediu a libertação dos reféns e ainda afirmou que Israel tem direito à defesa. "É direito daqueles que são atacados se defenderem, mas estou muito preocupado com o cerco total em que os palestinos vivem em Gaza, onde também houve muitas vítimas inocentes", declarou.

Países europeus têm restringido manifestações a favor da Palestina. Berlim, capital da Alemanha, proibiu um ato de apoio à causa palestina marcado para esta quarta, enquanto a França anunciou ter prendido 20 pessoas por atos antissemitas.

Brasileiros podem estar entre reféns do Hamas

O Ministério da Defesa de Israel chegou a afirmar, em vídeo, que haveria brasileiros entre os reféns do Hamas. Segundo Israel, o grupo palestino ainda mantém cerca de 150 prisioneiros, mas não há detalhes sobre a localização e o estado de saúde deles.

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A informação de que há brasileiros entre os sequestrados é incerta. Ao jornal Folha de S. Paulo, o porta-voz do exército de Israel, Jonathan Conricus, afirmou que isso "não está completamente confirmado".

Pelo menos 26 brasileiros ainda tentam sair de Gaza. O Egito, país que faz fronteira com o território palestino, se comprometeu com o governo brasileiro a ajudar na retirada do grupo, mas ainda não se sabe quando eles poderão sair.

O primeiro voo com brasileiros repatriados desembarcou em Brasília na madrugada desta quarta, com 211 passageiros. O próximo voo a sair da área de conflito, com 214 pessoas, deverá chegar ao Rio de Janeiro no início da madrugada de quinta (12). Até domingo (15), está prevista a chegada de mais três voos.

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