Milei quer as Malvinas: discurso reacende tensão com ingleses por soberania

O presidente argentino, Javier Milei, reiterou a "reivindicação inabalável" de soberania sobre as Ilhas Malvinas.

"Não há soberania sem prosperidade econômica e não há prosperidade econômica sem liberdade", disse o presidente ultraliberal que prometeu impulsionar "uma reivindicação real e sincera [em relação às Malvinas], não meras palavras em fóruns internacionais sem impacto na realidade".

Entenda a disputa entre Argentina e Reino Unido

Argentinos consideram que as Ilhas Malvinas teriam sido ocupadas de maneira ilegal por uma potência invasora. Sendo assim, reclamam a ilha para si como parte integral e indivisível de seu território.

O contexto histórico do conflito pelas Ilhas Malvinas se origina nos anos 1830, quando o arquipélago foi reivindicado pela Espanha, Reino Unido e Argentina.

Em 1833, o império britânico expulsou os argentinos das ilhas e assumiu o controle. Desde então, a Argentina reivindica, por vias diplomáticas, a soberania do território.

No século seguinte, a Argentina, durante a ditadura militar do general Leopoldo Galtieri, decidiu tentar reconquistar o território instaurando um conflito. O país recuperou à força as ilhas em 1982, mas após uma guerra de 74 dias, teve que se render, com um balanço de mortos de 649 soldados argentinos e 255 britânicos.

Então, o Reino Unido reassumiu o controle das Ilhas Malvinas. O arquipélago é chamado de Ilhas Falkland pelos britânicos.

O preparo e poder militar do Reino Unido se sobressaiu durante o embate. Enquanto o país sul-americano possuía clara desvantagem militar, o Reino Unido aproveitou a ajuda da ONU (Organização das Nações Unidas), Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), União Europeia e Commonwealth, contando também com o apoio dos EUA, que forneceram armas, suporte via satélite, além de abrir caminho pelo Canal do Panamá para a passagem dos navios de guerra britânicos, para vencer a guerra.

Atualmente, mais de 40 anos após a invasão das Ilhas, as Malvinas continuam sob domínio inglês e seus habitantes afirmaram que gostariam de continuar morando no arquipélago, pois têm saúde, educação e tudo o que precisam. O desejo deles foi concedido em plebiscito realizado em 2013, pelo governo das Malvinas.

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Como são as remotas Malvinas

Farol de Cape Pembroke, nas ilhas Falkland, Malvinas
Farol de Cape Pembroke, nas ilhas Falkland, Malvinas Imagem: Jamie_Corsby/Getty Images/iStockphoto

As Malvinas têm duas ilhas principais, além de 778 ilhas menores. O arquipélago está a pouco mais de 640 quilômetros do continente da América do Sul e tem 12 mil quilômetros quadrados.

As ilhas têm uma população de 3.500 pessoas. Três quartos vivem na capital, chamada pelos britânicos de Stanley —para os argentinos, Puerto Argentino. Os habitantes têm origem em 60 outros países do mundo.

A população é jovem. Em 2016, um censo apontou que 87% dos habitantes tinham menos de 65 anos. A média de idade era de 38 anos.

As principais atividades econômicas da região são a pesca, a agricultura e o turismo. Pinguins, ovelhas e elefantes marinhos fazem parte do ecossistema local.

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*Com reportagens publicadas em 09/09/2022, 23/11/2023 e 04/01/2024

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