Voluntário e guia: quem era Michel Nisenbaum, brasileiro que morreu em Gaza

O presidente Lula (PT) lamentou a morte de Michel Nisenbaum, que era mantido refém pelo Hamas, em Gaza. Segundo o exército israelense, além dele, outros dois reféns foram mortos no dia 7 de outubro de 2023. Eles foram identificados como Hanan Yablonka e Orion Hernandez, que tinham nacionalidade francesa e mexicana, respectivamente.

Quem era o brasileiro

Dupla nacionalidade. Nascido em Niterói, no Rio de Janeiro, Michel morava em Sderot, em Israel, a cerca de 75 quilômetros de Tel Aviv.

Há décadas em Israel. O brasileiro estava em Israel havia 40 anos e tinha duas filhas e cinco netos —seu sexto neto tem nascimento previsto para dezembro.

Certificado de guia. Michel era técnico em informática e tinha certificação para trabalhar como guia turístico.

Voluntário. Ele também era voluntário na Rescue Union, projeto que resgata pessoas de situação de vulnerabilidade, como condutor de ambulância. Mas chegou a trabalhar como motorista, entregador e vendedor.

Saúde era frágil. Michel tinha diabetes e doença de Crohn, uma DII (doença inflamatória intestinal) que causa inflamação em diversas partes do sistema digestório. Não há informações se os reféns receberam medicamentos durante o sequestro.

Família implorava por liberação

Em dezembro de 2023, Mary Shohat, irmã de Michel, fez um apelo emocionado no Senado para que ele fosse resgatado. O último contato que ele fez com a família foi em 7 de outubro, no dia do início dos conflitos em Israel.

A filha tentou telefonar várias vezes, e ele não respondeu. Quem respondeu ao telefone foram os terroristas, que gritaram com ela em árabe. Nós estamos com uma dor na nossa alma. O nosso coração está pingando sangue. Eu não tenho palavras para poder explicar o que está se passando com toda a nossa família. A nossa mãe, a todo tempo, chora, e ninguém tem palavras para consolá-la. Mary Shohat, irmã de Michel, em discurso

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No mesmo dia, Hen Mahluf, uma das filhas do brasileiro morto, também se posicionou no plenário, fazendo um apelo pelo resgate do pai. "Eu tenho que crer que ele vai voltar a estar comigo, porque eu preciso dele. Ele é meu pai", disse.

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