Candidato a vice em chapa de Kamala vai para o ataque contra Trump

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Tim Walz, o recém-escolhido candidato a vice-presidente na chapa da democrata Kamala Harris, fez duros ataques a Donald Trump em sua primeira participação na campanha ontem à noite na Filadélfia.

"Não se engane, os crimes violentos aumentaram durante o governo de Donald Trump. Isso sem contar os crimes que ele cometeu." Tim Walz também disse que Trump "não sabe nada sobre o que é servir [ao país], porque está muito ocupado servindo a si mesmo".

O anúncio da escolha do governador de Minnesota foi feito na manhã de ontem. Até então pouco conhecido nacionalmente, Walz viralizou após ter chamado Trump e seu candidato a vice, JD Vance, de "gente esquisita" em um programa de TV.

Nas redes sociais, Trump escreveu que Kamala e Walz vão "abrir as portas do inferno na Terra e as fronteiras [dos EUA] para os piores criminosos".

Bolsas de bom humor

As bolsas de valores internacionais têm o segundo dia de recuperação depois do desastre de segunda-feira. O índice Nikkei 225, de Tóquio, que caiu mais de 12% anteontem, fechou em alta de 1,2% nesta quarta. As bolsas europeias também operam todas com valorização acima de 1%, e os índices futuros dos mercados americanos estão no azul.

A recuperação de hoje foi ajudada pelo anúncio do Banco Central japonês de que não fará novos aumentos de juros enquanto os mercados estiverem instáveis. Ao lado do medo de uma recessão nos EUA, o primeiro aumento das taxas de juros no Japão em oito anos, na semana passada, foi um dos gatilhos da atual crise.

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O novo chefe do Hamas

O Hamas anunciou Yahya Sinwar, o chefe do grupo na Faixa de Gaza, como o líder político de toda a organização. Sinwar substitui Ismail Haniyeh, assassinado na semana passada no Irã.

Ao contrário de Haniyeh, visto como uma figura moderada, Sinwar é considerado um dos integrantes mais radicais da cúpula do movimento. Israel atribuiu a ele a liderança intelectual do ataque de 7 de outubro. "Mataram Haniyeh, a pessoa flexível, aberta à negociação. Agora terão de lidar com Sinwar e a liderança militar," disse à BBC um representante do Hamas.

Sinwar nasceu em 1962, no campo de refugiados de Khan Younis. Seus pais fugiram da cidade de Ashkelon, que fazia parte da área alocada aos árabes no plano de partilha da ONU de 1948, tomada por Israel no mesmo ano. Ele passou 23 anos em prisões israelenses, de onde foi libertado em 2011 em uma troca de prisioneiros.

O novo chefe do Hamas, Yahya Sinwar, durante evento em Gaza em abril do ano passado
O novo chefe do Hamas, Yahya Sinwar, durante evento em Gaza em abril do ano passado Imagem: Ibraheem Abu Mustafa/Reuters/Arquivo

Mortes na Venezuela

Pelo menos 24 pessoas morreram na Venezuela em "eventos e protestos relacionados à eleição". Os números são da ONG de direitos humanos Provea e coincidem com o balanço da Human Rights Watch.

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Segundo o governo, dois mil manifestantes já foram presos nos protestos que contestam a apuração do Conselho Eleitoral que deu vitória a Maduro na eleição do dia 28 de julho. A líder da oposição, María Corina Machado, chamou as prisões de "campanha de terror". "Querem nos intimidar."

Ontem, líderes militares e das polícias da Venezuela participaram de um grande evento de apoio a Maduro. No discurso, o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, usou a expressão "lealdade absoluta", para definir a relação entre os militares e Maduro.

Musk vai à guerra

Elon Musk processou nessa terça-feira uma associação de anunciantes e várias empresas por "boicotarem ilegalmente" a rede social X (ex-Twitter). "Tentamos pacificamente por dois anos, agora é guerra", escreveu Musk no X. Ele acusa a Federação Mundial de Anunciantes (WFA, na sigla em inglês) e multinacionais, como a Unilever, que fazem parte da Aliança Global para Mídias Responsáveis (GARM), de reduzir as receitas publicitárias do X em bilhões.

Muitos grandes anunciantes deixaram o Twitter após a compra de Musk, por preocupações sobre o nível de moderação de conteúdo sob a nova gestão. A receita do X vem caindo desde que Musk comprou o Twitter. Segundo o jornal New York Times, a empresa faturou US$ 114 milhões no segundo trimestre do ano, queda de 53% em relação a 2023.

Nobel no poder em Bangladesh

O prêmio Nobel da Paz Muhammad Yunus vai chefiar um governo interino em Bangladesh. Ele substituirá a ex-primeira-ministra Sheikh Hasina, que fugiu do país na segunda-feira após mais de um mês de protestos de estudantes. Os confrontos entre as forças do governo e os manifestantes deixaram cerca de 300 mortos.

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Yunus é famoso pela criação de um sistema de microcrédito para os pobres, o que lhe rendeu o Nobel. Hasina estava no poder havia 15 anos e chegou a governar o país durante 20 dos últimos 30 anos. Ela herdou a chefia do partido Awami depois que seu pai, o herói da independência Sheikh Mujib, e quase toda a sua família foram mortos em um golpe militar em 1975.

Deu no Politico

"O que Walz acrescenta à chapa democrata". A reportagem do site americano afirma que o governador de Minnesota, Tim Walz, é "um produto dos chamados condados-pivô". A expressão se refere a pequenas cidades do interior do Meio-Oeste que tradicionalmente votavam nos democratas, mas em eleições recentes deram maioria a Trump. O histórico de vitórias eleitorais e de implementação de políticas progressivas em regiões conservadoras de Walz é visto como complementar ao perfil de Kamala.

Em outro artigo, o Politico afirma que Walz se promoveu para a equipe de Kamala como um jogador de equipe, sem maiores pretensões individuais. A postura teria sido um fator decisivo na escolha de Walz como candidato a vice, em detrimento do governador da Pensilvânia, Joe Shapiro, e do senador do Arizona, Mark Kelly. Leia mais

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