Artista vende vidro com ar puro francês por R$ 1.880 em leilão na China
Um artista de Pequim conseguiu ganhar o equivalente a R$ 1.880 por um vidrinho fechado com ar puro coletado no sul da França em um leilão para colecionadores chineses. A iniciativa foi uma forma de protesto contra a poluição em seu país.
"Esta é a minha maneira de questionar o ar poluído da China e expressar a minha insatisfação", afirmou Liang Kegan ao jornal britânico "The Guardian".
O leilão ocorreu em 30 de março e o artista e empresário Li Yongzheng foi quem deu o maior lance. "Eu sempre fui apreciador da arte conceitual do Kegang, e esta peça é muito oportuna", disse Li em entrevista por telefone ao jornal.
O trabalho de Liang é parte de uma série de manifestações artísticas que vêm tornando pública a insatisfação dos chineses com a qualidade do ar em seu país, que conta com níveis considerados preocupantes pela Organização Mundial da Saúde. O problema tem feito as vendas de máscaras e purificadores de ar proliferarem.
Autoridades da China já se comprometeram a limpar o ar do país, mas o desafio é grande diante das demandas para o desenvolvimento econômico e manutenção de empregos.
Em fevereiro, um grupo de 20 artistas de Pequim usando máscaras de poeira se deitou no chão e se fingiu de morto no parque Templo do Céu, em protesto.
Em março, artistas independentes de Changsha realizou um funeral simulando a morte do último cidadão da cidade por causa da poluição.
Em uma visita recente do presidente chinês Xi Jinping a Guizhou, ele comentou, brincando, que a província podia colocar seu ar à venda. Dias depois, a secretaria de turismo local anunciou a intenção de vender ar enlatado como suvenir para turistas. O secretário comentou que essa seria uma forma de manter o compromissão com a proteção ao meio ambiente.
O magnata chinês Chen Guangbiao, que chegou a virar notícia ao anunciar que compraria o The New York Times, o que não aconteceu, também tem vendido latinhas de ar fresco com a sua marca - "Good Person" (Boa Pessoa, em português) - por 3 dólares (R$ 6,5) cada em um bazar online.
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