Ibama terá que informar ao MPF o que foi feito para proteger a Amazônia
A Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do Ministério Público Federal (4CCR/MPF) enviou hoje ao Ibama, ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) e ao ICMBio um ofício requisitando informações sobre o que os órgãos realizaram para a prevenção de desmatamentos e incêndios na Amazônia Legal.
A CCR pede o demonstrativo do planejamento das ações de fiscalização para 2019, com o seu percentual de execução. O prazo para resposta é de 10 dias úteis, no caso do MMA, e cinco dias úteis, no caso do Ibama e ICMBio.
O setor do MPF expediu também ofício ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), pedindo cópia digitalizada de todas as imagens das queimadas na Amazônia detectadas em 2019, mês a mês. Além disso, solicitou informações à Força Nacional sobre a existência ou não de pedido de apoio formulado pelos estados, pelo MMA ou pelo Ibama para conter a crise na Amazônia.
As informações serão analisadas e irão subsidiar a atuação do MPF em relação ao aumento no número queimadas na região amazônica.
Queimadas crescem 70%
No último dia 19, o UOL mostrou que os focos de queimadas cresceram 70% este ano (até o dia 18 de agosto) na comparação com o mesmo período de 2018. Ao todo, o Brasil registrou 66,9 mil pontos, segundo a medição do Programa Queimadas do Inpe.
Os dados apontam que as queimadas atingiram maior índice desde 2013 --primeiro ano em que há dados informados de período similar.
Segundo os números do Inpe, o bioma mais afetado é o da Amazônia, com 51,9% dos casos. O cerrado vem em seguida com 30,7% dos focos registrados no ano. Em números absolutos, Mato Grosso é o estado líder com 13.109 focos de queimada, seguido pelo Pará, com 7.975. Corumbá (MS) é o município campeão em focos: 1.911.
Segundo especialistas e entidades ambientais, o aumento das queimadas está ligado ao crescimento do desmatamento. O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, disse que ONGs (Organizações Não Governamentais) seriam as maiores suspeitas.
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