Justiça tira tempo de TV do PSB por propaganda antecipada a Alckmin
O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) condenou o PSB, em sessão nesta terça-feira (25), a perda cinco minutos no rádio e outros cinco na televisão do tempo destinado à propaganda política em forma de inserções estaduais no próximo semestre. O tribunal considerou que a legenda fez propaganda antecipada do governador Geraldo Alckmin, do PSDB, que na época era apoiado pelos socialistas em São Paulo.
O relator, desembargador Antônio Carlos Mathias Coltro, considerou que as peças veiculadas no dia 23 de outubro de 2013 destinaram-se mais a projetar a imagem de Alckmin do que a falar sobre o próprio PSB. “A propaganda ressaltou as qualidades pessoais [do governador] em detrimento do partido [PSB]”, concluiu o desembargador. Ele foi seguido por todos os outros integrantes do tribunal.
A representação contra o PSB foi movida pela Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo. A sigla socialista ainda pode recorrer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O deputado federal Márcio França, presidente do diretório estadual do PSB, entende que a decisão do TRE é provisória até que o TSE julgue a ação. Para ele, o órgão regional tem sido rigoroso nesses casos. "O TSE é mais flexível, mais aberto."
Segundo o parlamentar, os programas exibidos em outubro foram gravados logo após os protestos de junho passado, época em que, na avaliação de França, pedia-se "seriedade na política". O socialista afirmou que a produção do programa foi às ruas perguntar aos entrevistados se eles viam seriedade no governo Alckmin.
"Comerciais são feitos para divulgar a linha do partido. Se o PSB fez parte do governo, é natural a defesa do governador", disse ao UOL, por telefone.
PSB busca candidato próprio
A candidatura de Alckmin à reeleição era apoiada pelo PSB até o ingresso do grupo de Marina Silva, da Rede, na sigla. A ex-senadora convenceu o presidente nacional da sigla e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, a lançar um candidato próprio do partido para a disputa em São Paulo.
Agora, o PSB, PPS, PV e a Rede buscam consenso em torno de um nome. O nome de Márcio França, tradicional aliado de Alckmin, é defendido pelos socialistas que estavam no partido antes da entrada da Rede e tem o apoio de Campos. A candidatura dele, no entanto, desagrada os marineiros do PSB.
França reafirma que será candidato e acredita que haverá um consenso dentro do PSB em torno de seu nome. O martelo será batido no congresso da sigla, em maio.
"O partido vai tomar a decisão lá na frente. Qualquer um deles [possíveis pré-candidatos da Rede] pode disputar conosco. A candidatura só vai ser homologada no congresso, não creio que eles vão ter outro nome", afirmou França.
Além de Alckmin e do candidato a ser escolhido pelo PSB, vão disputar o governo de São Paulo o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT) e o Paulo Skaf (PMDB), presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
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