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Empreiteiras da Lava Jato doaram R$ 98,8 mi a campanhas de Dilma e Aécio

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

25/11/2014 22h28Atualizada em 01/03/2015 19h32

As empreiteiras investigadas na operação Lava Jato da Polícia Federal doaram quase R$ 98,8 milhões aos dois candidatos à Presidência que chegaram ao segundo turno das eleições, no dia 25 de outubro. A prestação de contas final foi divulgada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na noite desta terça-feira (25).

A presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) foi a que mais recebeu dinheiro das empresas, ao todo de oito construtoras sob investigação: Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão. O total chegou a R$ 64.636.179,25.

As maiores doações foram da Andrade Gutierrez --R$ 21 milhões-- e da OAS, que doou R$ 20 milhões.

Aécio Neves (PSDB) recebeu pouco mais da metade de seis construtoras: Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão. Somadas as doações, foram doados ao candidato R$ 34.170.000. A Andrade Gutierrez foi também a campeã de doações ao tucano, repassando R$ 19 milhões.

Para chegar ao cálculo, a reportagem somou os valores doados diretamente na conta do candidato e aqueles feitos ao comitê único financeiro, que também recebe doações. Foram consideradas ainda doações feitas em nome de empresas subsidiárias das empreiteiras

Ao todo, a campanha de Dilma prestou contas que recebeu R$ 350.836.301,70, com superavit de R$ 261.238,06, que será repassado à direção nacional do PT.

O candidato do PSDB, por sua vez, gastou R$ 223.475.907,21 e arrecadou R$ 222.925.853,17. Um saldo negativo de R$ 550.054,04. De acordo com a legislação eleitoral, as dívidas devem ser assumidas pelos partidos.

Em respostas enviadas ainda no primeiro turno, as direções dos partidos PT e PSDB afirmaram que as doações recebidas eram legais, contabilizadas e não haveria qualquer irregularidade. As construtoras também alegaram que é praxe fazer doações a candidatos e também afirmou não haver irregularidades no repasse de dinheiro aos candidatos.

Mais de R$ 200 mi aos partidos

Além das doações diretamente aos candidatos, os partidos também foram contemplados com doações volumosas das empresas investigadas, conforme prestação final de contas dos diretórios nacionais. Ao todo, as construtoras envolvidas no escândalo doaram R$ 207 milhões.

O partido que mais recebeu foi o PT, com R$ 56 milhões doados, seguido pelo PSDB, com R$ 52 milhões; PMDB, com R$ 41 milhões; e PSB, com R$ 13 milhões.