Moro e Bolsonaro se reúnem nesta quinta para discutir indicação
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), e o juiz federal Sergio Moro terão um encontro na quinta-feira (1º) no Rio para discutir a indicação dele para o Ministério da Justiça ou para ocupar umas das vagas do STF (Supremo Tribunal Federal). O encontro foi confirmado pelo UOL.
No primeiro dia após ser eleito, Bolsonaro, em uma série de entrevistas a emissoras de televisão, confirmou que pretende convidar Moro para assumir a pasta da Justiça ou indicá-lo para ocupar umas das vagas do STF assim que houver disponibilidade. Com a projeção de aposentadoria dos atuais ministros, cadeiras devem ficar vagas em 2020 e 2022
Ao jornal "O Estado de S. Paulo", Moro --responsável pelos processos da Operação Lava Jato na Justiça Federal no Paraná--, admitiu que poderá assumir o Ministério da Justiça caso o convite seja feito pelo presidente eleito. "Tudo depende de conversar para ver se há convergências importantes e divergências irrelevantes", declarou o magistrado ao jornal.
Em comunicado distribuído à imprensa na terça-feira (30), Moro disse que ficava “honrado com a lembrança” para assumir o ministério ou integrar o STF. “Caso efetivado oportunamente o convite, será objeto de ponderada discussão e reflexão”.
Caso aceite ser ministro do governo de Bolsonaro, Moro deverá pedir exoneração do cargo de juiz federal ou pedir sua aposentadoria.
Um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro, o ex-presidente do PSL Gustavo Bebianno disse, na terça, que nenhum convite formal havia sido feito ainda a Moro. Bebianno admitiu, contudo, que o nome do juiz tem sido ventilado e que "gostaria" de tê-lo à frente do Ministério da Justiça ou do Supremo Tribunal Federal.
"Ainda não foi feito um convite formal. Está sendo ventilado o nome dele muito fortemente. É um brasileiro seríssimo, comprometido com o que há de melhor para a nação. É um nome que eu gostaria que estivesse na frente do Ministério da Justiça ou do STF", disse.
Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá usar um eventual convite de Bolsonaro a Moro para reforçar, no exterior, a tese de parcialidade do magistrado. A PGR (Procuradoria-Geral da República), porém, já defendeu a conduta do magistrado, dizendo que ele se manteve "imparcial durante toda a marcha processual" em ações da Lava Jato.
Em julho de 2017, Moro condenou Lula à prisão no processo do tríplex. Sua sentença, confirmada em segunda instância, tirou o petista da disputa pelo Planalto. O ex-presidente e seus advogados sempre sustentam que o processo é uma perseguição política.
Lula ainda pode ser condenado por Moro em outras duas ações. Em uma delas, o ex-presidente será interrogado pelo juiz no próximo dia 14 de novembro, em Curitiba. Essa será a primeira vez em que Lula deixará a Superintendência da PF (Polícia Federal) na capital paranaense desde que se entregou, em 7 de abril, para cumprir sua pena a mais de 12 anos de prisão.
A mais recente polêmica envolvendo o juiz e Lula tem relação com o termo de colaboração do ex-ministro de governos petistas Antonio Palocci, o que aconteceu a seis dias do primeiro turno das eleições. Moro é alvo de uma representação no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) movida pelo PT. O magistrado negou que tenha objetivo influenciar a eleição com o termo de delação de Palocci.
Nas redes sociais, a esposa de Moro chegou a comemorar a vitória de Bolsonaro no domingo (28). Rosângela Wolff Moro postou um vídeo em que a imagem do Cristo Redentor faz reverência à campanha de Bolsonaro e com a frase “estamos juntos, Brasil”. Na legenda do vídeo, ela diz estar “feliz”.
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