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Após exoneração, mais de 200 juízes podem concorrer à vaga de Moro no PR

Do UOL, em São Paulo

16/11/2018 15h20

A exoneração de Sergio Moro do cargo juiz federal, que passa a valer a partir da próxima segunda-feira (19), vai abrir oficialmente uma disputa pela vaga de titular da 13ª Vara Federal, posto de comando da Operação Lava Jato no Paraná. A disputa pelo posto pode ter a concorrência de até 232 juízes do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).

O magistrado abriu mão do cargo após aceitar o convite para ser ministro da Justiça e da Segurança Pública do governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), que começa no dia 1º de janeiro do ano que vem.

Até o início do mês, Moro era responsável pelas ações em 1ª instância da Lava Jato. Ele pediu exoneração do cargo que ocupava há 22 anos.

Com a saída oficial de Moro, quem assumiu os processos foi a juíza substituta Gabriela Hardt, que nesta quarta (14) interrogou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A juíza federal Gabriela Hardt em entrevista ao programa "Justiça Para Todos", da Ajufe, em maio de 2017 - Reprodução/Ajufe - Reprodução/Ajufe
A juíza federal Gabriela Hardt no programa "Justiça Para Todos", em maio de 2017
Imagem: Reprodução/Ajufe

Durante um período, a magistrada ficará a cargo de todas as ações da Lava Jato: processos, audiências, interrogatórios, decisões etc. As regras para substituição do juiz estão embasadas na Lei Orgânica da Magistratura.

O processo

    Com a exoneração oficializada, o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), que inclui o Paraná, poderá publicar um edital de chamamento para remoção.

    Após a abertura do processo, são 10 dias de prazo para manifestação dos candidatos a remoção (concurso interno) e três dias para desistência. Todos os 232 juízes da região têm direito a se inscrever, segundo a assessoria de imprensa do órgão.

    Após esse procedimento, o único critério para escolha do novo titular da 13ª Vara é a antiguidade, ou seja, o tempo que o juiz tem de carreira.

    Em caso de empate, há critérios para escolher o novo responsável pela Lava Jato. São eles: O tempo no cargo como juiz substituto, a classificação no concurso que o admitiu na vaga e o tempo no cargo na 4ª região.

    Exceto o próprio Moro, na lista de antiguidade dos juízes federais da 4ª região constam 232 nomes. Os oito primeiros da lista ingressaram no cargo em 23 de maio de 1994. Pelos critérios apresentados pelo TRF-4, caso todos eles se candidatassem, o magistrado Luiz Antonio Bonat, da 21ª Vara Federal de Curitiba seria o novo titular.

    Estes oito juízes empatam em quase todos os critérios, pois entraram pelo mesmo concurso de magistratura. O único fator que alça Bonat ao posto de Moro é ter sido aprovado em 13º lugar, melhor colocação os colegas.

    A escolha para remoção ocorre em sessão do Conselho de Administração do TRF-4 e o ato de remoção é expedido pelo Presidente do Tribunal.

    Caso não haja interesse manifestado por parte de juiz federal, o cargo será oferecido para promoção um juiz federal substituto no âmbito da 4ª Região, pelos critérios de antiguidade e merecimento.

    Os oito primeiros nomes pelo critério da antiguidade, no TRF-4: 

    Luiz Antonio Bonat – 21ª Vara Federal de Curitiba
    Taís Schilling Ferraz – 24ª Vara Federal de Porto Alegre
    Marcelo de Nardi – 9ª Vara Federal de Porto Alegre
    Alexandre Gonçalves Lippel – 19ª Vara Federal de Porto Alegre
    Hermes Siedler da Conceição Júnior – 26ª Vara Federal de Porto Alegre
    Eduardo Vandré Oliveira Lema Garcia – 1ª Vara Federal de Santa Cruz do Sul
    Altair Antonio Gregorio – 6ª Vara Federal de Porto Alegre
    Loraci Flores de Lima – 3ª Vara Federal de Santa Maria

    Todos estes juízes assumiram o cargo em 23 de maio de 1994, no TRF-4. Veja aqui a lista completa de antiguidade do tribunal.

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